MEDIANAS DAS PREVISÕES DO MERCADO FINANCEIRO


28-02-2024

O Banco Central tem auscultado cerca de 100 economistas do mercado financeiro, semanalmente, desde o ano 2.000. É uma forma de ver as perspectivas das grandes instituições financeiras do País, que têm departamento de acompanhamento da economia brasileira, para executar suas estratégias no curto, médio e longo prazo.

A maior preocupação tem sido com a perspectiva inflacionária. Quando elevada, ela desorganiza os mercados e impõe severas perdas àqueles que não sabem se proteger. O fato é que, depois de ter ultrapassado dois dígitos há mais de dois anos, ela veio se reduzindo e convergindo para o centro da meta, após elevações sucessivas da taxa SELIC, cujo centro da meta neste ano está fixado em 3,0%, mas o viés de alta de 1,5%. Ao BC, a mediana dos economistas para a inflação deste ano foi reduzida de 3,82% para 3,80%. A estimativa para 2025 caiu de 3,52% para 3,51%. A de 2026 foi mantida em 3,50%.

Quanto à taxa básica de juros, a SELIC, que foi a principal atora para que a inflação cedesse, desde o ano passado e, continuou cedendo, ela iniciou o ciclo de baixa em 1º de agosto e deverá continuar até o final do ano, quando a expectativa de mercado é que a SELIC feche em 9% ao ano.

Já no que se refere ao PIB, as expectativas melhoraram para 1,75%, neste ano. Antes, os economistas passaram muito tempo acreditando em 1,5% do PIB de 2024. As esperanças deles é de que o PIB cresça 2% em 2025 e repita a taxa em 2026. Em suma, o mercado financeiro continua acreditando que o País crescerá bem menos do que a média mundial, estimada pelo FMI, para este ano, em 3,1% e 3,2% para o próximo.

Com referência ao dólar, as apostas para 2024 continuaram em R$4,93. Para 2025, a estimativa prosseguiu em R$5,00. Já para 2026, continuou em R$5,04.

O déficit primário estimado por eles, em 2024, passou de 0,80% para 0,78% do PIB, diferentemente do governo federal que persegue déficit primário zerado.

Um outro departamento, também pesquisado semanalmente pelo BC, é o conjunto das contas do Brasil com o exterior, acompanhadas diariamente pelo Banco Central, cuja peça contábil é o Balanço de Pagamentos. Este se compõe do Balanço em Conta Corrente e do Balanço de Capitais. O Conta Corrente se compõe da Balança Comercial e da Balança de Serviços. Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2024, conforme Informativo Focus do BC, de US$36 bilhões, perante US$38 bilhões de um mês atrás. Para 2025, a estimativa do referido déficit passou de US$40 bilhões para US$36,70 bilhões. Há um mês atrás era de US$39,65 bilhões. O déficit de transações correntes, desde a independência de 1822, vem sendo coberto com o ingresso de recursos na balança de capitais. Por sua vez, a balança comercial contribuirá, provavelmente com o saldo positivo de US$30 bilhões, para que o déficit referido fique em US$36 bilhões.

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