CENÁRIO GLOBAL PERMANECE EM RECEIO DE MAIOR INFLAÇÃO

15-05-2024

Os sinais de mercado, com respeito às demandas e ofertas dos principais bens da economia internacional, quais sejam as matérias primas e produtos altamente industrializados, estão indicando que os preços internacionais resistem às baixas e alguns insinuam altas. Veja-se bem, agora mesmo os Estados Unidos da América estão criando ou aumentando impostos dos produtos chineses. Os carros elétricos da China, por exemplo, terão taxação de 100%. Preços de bens taxados tem incrementos geralmente transferidos aos preços. Demais, por exemplo, os preços dos barris de petróleo estão em linha de resistência acima dos US$80.00, o que é um patamar elevado. No Brasil, as sucessivas enchentes e chuvas levaram a serem atingidos mais de 90% dos municípios do Rio Grande do Sul. Sendo este grande produtor da agropecuária, notadamente de arroz, responsável por cerca de 70% da safra nacional, é esperado elevação de preços nos próximos meses.   

Diante do cenário inflexível, os bancos centrais dos Estados Unidos e da União Europeia resistem em continuar logo o ciclo de baixa da taxa básica de juros, protelando para o segundo semestre. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central reduziu, em sua última reunião, a da semana passada, o corte mensal de 0,50% da SELIC, a taxa básica de juros, de 0,50% para 0,25%, em sua sétima reunião desde seis reuniões anteriores em que o fez retrair o corte linear mensal de 0,50%. No mercado financeiro, embora a mediana das projeções indique ainda que a SELIC fechará o ano, inferior a 10%, bem próxima dele, já há economistas de grandes bancos, crendo que ficará acima de 10% anuais, mais inferior a 11% por ano.

Assim, grandes bancos internacionais e tradicionais, tal como o J. P. Morgan, que tem equipe econômica, acompanhando a economia brasileira, já está revendo sua perspectiva, com respeito a SELIC, de que, na próxima reunião do COPOM, de junho, será estancada a retração do ciclo de baixa dela.

Dessa maneira, também, o Tesouro Nacional tem visto a demanda pelos seus títulos secar, mesmo pagando taxas de juros mais altas, mediante ambiente de incertezas domésticas e globais, dificultando o alongamento do perfil da dívida pública.

No mercado de títulos públicos de 20 anos, mesmo títulos da espécie, com taxa de juros de 6% ao ano, acima da taxa de inflação, não tem demonstrado apetite por parte dos investidores em aplicações financeiras.

A relação inversa entre taxa de juros e crescimento econômico continua em patamar elevado. Logo, as expectativas dos analistas financeiros é de que a economia terá dificuldades de crescer acima de 2,0% ao ano, muito embora a equipe econômica deseje que seja 2,2%, neste ano.

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