FINANÇAS PÚBLICAS EM ESTACA PIOR DO QUE ZERO
24-05-2024
FINANÇAS PÚBLICAS EM ESTACA PIOR DO QUE ZERO
Muitos economistas que apoiaram a eleição do presidente Lula
estão criticando que o ajuste do orçamento voltou à estaca zero. Pior, sem
perspectiva de melhorar. Cálculos da Instituição Fiscal Independente, órgão que
funciona no Senado, que desconsidera receitas e despesas extraordinárias,
mostra que déficit fiscal retornou a patamares semelhantes aos deixados pela
presidente Dilma Rousseff, que foi afastada do governo federal e substituída
por Michel Temer, seu então vice.
A Folha de São Paulo, do dia 13-05-2024, mostrou os números
principais do déficit primário. Primeiro, o superávit primário de 0,2%, de
2022, passou a um déficit primário de 1,6% em 2023. A Folha referida deixa bem
claro que o Brasil deixou fora muitos anos de ajustes. Na verdade, um esforço
imenso e que permitiu ao País crescer mais nas décadas passadas e obter o grau
de investimento, que foi perdido em 2015, principalmente pelo desequilíbrio das
finanças públicas, voltando a déficit primário.
No final de 2022, o novo governo conseguiu aprovar a PEC da
Gastança, aquela pela qual o Congresso autorizou mais R$150 bilhões de gastos
permanentes, elevando, por exemplo, o número de ministérios executivos para 40
deles. Agora, 41, com o ministério extraordinário para resolver os problemas da
calamidade do Rio Grande do Sul.
Segundo a Folha: “A realidade inescapável é que a regra
fiscal desenhada pela gestão petista é inconsistente com a dinâmica das
principais rubricas de gastos do Orçamento, que crescem além do limite da nova
regra.
“Dado o esgotamento da agenda de aumento de impostos já
escorchantes, será preciso lidar com tal inconsistência, o que exige
necessariamente enfrenar temas espinhosos, como a correção dos gastos de saúde
e educação, a política de aumentos do salário mínimo acima da inflação e a
vinculação das despesas sociais, como a Previdência, no mínimo.
“Nada disso parece plausível para um governo aventureiro e
gastador, que não oferece propostas para modernizar a gestão do Estado, a
despeito dos esforços de contenção de danos do Ministro da Fazenda, Fernando
Haddad”. Folha de São Paulo de 13-05-2024.
Parece que dentro do próprio governo a equipe econômica
trabalha para obter um futuro superávit primário, em 2025 ou 2026. No entanto,
o próprio presidente da República já admitiu em operar com déficit primário,
com o fito de não deixar de realizar investimentos e gastos sociais. Ora, o
desequilíbrio nas contas públicas não é saudável e fica difícil ao Pais voltar
a obter o grau de investimento internacional.
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