CICLO DE PEQUENA ALTA DA SELIC
18-08-2024
De repente as expectativas de mercado viraram. De um ciclo de
baixa, que saiu de 13,75%, no início do terceiro mandato de Lula, para os
atuais 10,75% anuais, houve duas paradas neste valor. Mas, o mercado financeiro
agora já registra que poderá haver um pequeno ciclo de alta, a começar com
0,25%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco
Central (BC), e de 0,25%, em cada, nas duas reuniões dele, que encerrará o ano.
Isto porque a inflação atingiu 4,5%, no cálculo do IBGE, se igualando ao centro
da meta (3,0%), mais o viés de alta (1,5%). Assim, os economistas do BC não
hesitarão em elevar a taxa básica de juros, visando convergir a inflação para o
centro da meta, se for o caso.
A declaração de Roberto Campos Neto, presidente do BC, é de
que isso poderá ser feito. O presidente da República, Lula, também declarou que
se precisar aumentar os juros o Comitê do BC o fará, porque a inflação não pode
subir. Pelo contrário, não pode subir; tem que descer. É consenso admirável.
Por seu turno, o cálculo mensal do Índice do Banco Central
(IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB, calculado pelo IBGE, veio forte
para junho, em 1,37%, demonstrando-se que a mediana para o crescimento do
indicador no segundo trimestre, passou de 0,5% para 0,9%, enquanto que, para o
ano, foi de 2,2% para 2,4%, conforme pesquisa do jornal Estado de São Paulo,
chamada de Pesquisa Broadcast.
Ao divulgar o resultado de junho o BC sinalizou que os
efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul foram menos intensos do que os
esperados.
A percepção do cenário atual é de que houve um aquecimento da
produção nacional e houve também uma pressão inflacionária recente.
A própria equipe econômica, que projetou crescimento de 2,5%
para este ano, está procurando também rever a sua estimativa.
Em resumo, os juros elevados não impulsionaram a produção
nacional, o que parece uma contradição. No entanto, o nível de emprego tem
crescido e tem havido crescimento do nível de salários, que amplia o consumo
das famílias, e, consequentemente, do PIB.
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