PLANO ECONÔMICO DE KAMALA
19-08-2024
Faltando um mês para a eleição nos Estados Unidos da América,
a candidata Kamala Harris, que enfrentará Donald Trump nas eleições
presidenciais, lançou um “plano econômico”, que de plano “não tem nada”. Plano
econômico tem sido vulgarizado. Plano econômico é fazer um conjunto de metas
para um mandato de governo e projeções para 20 anos. No Brasil, em 1956, JK fez
o audacioso Plano de Metas. Crescer 50 anos em 5. Cinco setores em 30 metas.
Está também no livro de Paulo Brito, “Planos Econômicos e Políticas Econômicas
Básicas”, publicado pela editora Atlas. Depois da guerra do petróleo em 1973, o
mundo nunca mais fez planos econômicos de longo prazo. Passou-se a planejar no
curto e médio prazo. O que Kamala fez é um arremedo.
“Enfrentar a crise habitacional e sustentar o poder de compra
por meio de medidas fiscais e novas regulamentações são as propostas que a vice-presidente
dos EUA e candidata democrata à presidência, Kamala Harris, apresentou em seu
programa econômico, imediatamente descrito como ‘comunista’ pelo adversário
republicano Donald Trump” (no jornal A Tarde, de 17-08-2024).
“Donald Trump briga pelos bilionários e as grandes empresas.
Nós, eu lutarei para devolver dinheiro aos americanos trabalhadores e de classe
média” (Kamala Harris).
Isso é só discurso. É o velho populismo daqueles que se dizem
democratas. Copiado pelo Brasil, desde Getúlio Vargas.
A diferença daqui e de lá é que eles são desenvolvidos,
ricos. Primeiro lugar nos esportes, conforme revelou nas Olímpiadas de Paris,
mesmo com uma população de 330 milhões, atrás da Índia e da China, os quais tem
quase cinco vezes mais gentes. Um dos primeiros lugares no nível de vida,
conforme os Índices de Desenvolvimento Humano, desenvolvidos e calculados pela
Organização das Nações Unidas.
O Brasil, somente tomando um item econômico, a produtividade.
Segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a produtividade
do brasileiro tem variado nas ultimas décadas de 20% a 25% da produtividade do
americano. Por que isto? Muitas explicações podem ser dadas, mas a
produtividade tem muito a ver com a educação formal. O recente estudo do
Ministério da Educação revelou que o ensino médio da educação brasileira é
reprovado, muito menor do que a nota 5 (4,3, nota do último IDEB), na escala de
zero a dez.
Plano econômico com ênfase na educação? Nesta área nenhum
governo brasileiro fez. A China fez. E hoje é a segunda economia do globo,
prestes a alçar o primeiro lugar.
Sim. O ensino médio. No livro Ética a Nicômaco, Aristóteles
desenvolveu a ideia de que “a virtude está no meio”.
É mesmo. O que se quer apresentar aqui é que a produtividade
tem como motor o ensino médio. Ensinar o adolescente para ser adulto e mais
produtivo.
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