ESTOURO DA META DE INFLAÇÃO
06-10-2024
A meta de inflação deste ano é de 3,0%. Há muitos meses que
esta meta vem sendo estourada. Não seria grande problema porque as autoridades monetárias
tem previsto um teto, isto é, um viés de alta (ou de baixa, que não ocorreu ainda,
desde que foi fixado o sistema de meta inflacionária, em 1999), de 1,5% para
cada lado da corva normal (chamada de curva de Gauss). Convém aqui lembrar que
a meta de inflação, em média, dos países desenvolvidos, tal como os Estados
Unidos da América, está por volta de 2,0%. O Conselho Monetário Nacional (CMN) justifica-se,
ao tê-la fixada em 3.0%, que está em patamar maior, visto que o Brasil é um
país emergente e que deve crescer um pouco mais do que os países desenvolvidos,
em tese, sendo a sua demanda agregada maior e a perseguição de um PIB também maior,
são consequências esperadas.
A inflação mensal tem crescido nos últimos meses e se
aproxima da meta (3,0%), mais o viés de alta (1,5%), estando em 12 meses em
4,4%. Não sem motivo, a última reunião do Banco Central, findou dois anos de
ciclo de baixa da taxa básica de juros (a SELIC), reiniciando um ciclo de alta
da SELIC, visando convergir a inflação para o centro da meta.
Entretanto, fatores supervenientes estão preocupando a equipe
econômica, qual seja a adoção da Bandeira 2 da tarifa de energia elétrica, por
parte da aprovação da ANEEL, visto que foram acionadas as termoelétricas, para complementar
a energia elétrica produzida pelas hidroelétricas, ficando o preço da energia elétrica
muito mais cara, ao ser produzida, em seu conjunto.
Ademais, as secas em boa parte do País, que prejudicam o preenchimento
dos reservatórios de água, bem como provocam perdas dos produtos agropecuárias,
encarecem os alimentos e tem implicação inflacionária.
A preocupação agora é com o estouro do teto da meta inflacionária
de 4,5%. Se for estourado, ou seja, a inflação ficar fora do intervalo de
tolerância, será a oitava vez, desde o início do sistema de metas desde o referido
ano de 1999.
Se a inflação deste ano ficar acima do teto da meta
inflacionária, o presidente do Banco Central deve escrever uma carta detalhada ao
CMN, descrevendo as razões que levaram ao rompimento do limite em referência.
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