DÓLAR COMERCIAL VENDIDO A R$6,20
18-12-2024
Neste momento, em que o dólar comercial foi vendido ontem até
a R$6,20, mesmo quando o Banco Central injetou mais de US$10 bilhões de
reservas internacionais, no acumulado do ano, a moeda brasileira tem queda de
27,53% perante o dólar americano. Moedas de outros países emergentes encaram
quedas significativas, mas não tão quanto o real. Por exemplo, o peso mexicano
caiu 15,90% na mesma relação. Até ontem, ainda cedo. Ao longo do dia ele foi
recuando e fechou em 6,07%. Foram várias sessões de alta volatilidade, com duas
grandes intervenções do Banco Central.
O que explica tamanha deterioração do caso dos ativos
brasileiros? A alta do dólar comercial se explica pela descrença do mercado
financeiro sobre a efetividade do corte dos gastos, enunciado para dois anos,
de R$70 bilhões, ainda de difícil aprovação, visto que o citado pacote está
sendo desidratado nos debates dos congressistas nacionais.
Parece contradição, mas ao tempo em que o Banco Central
exerce uma política contracionista monetária, a atividade econômica se
expandiu, neste ano, produzindo um hiato inflacionário crescente, estando a
inflação fugindo da meta, de 3,00% mais o viés do teto de 1,50%, indo além dos
4,50%, fixado pelo Conselho Monetário Nacional, já estando a inflação de 12
meses, conforme o IBGE, em 4,86%.
Dessa forma, o cenário de 2025 é de continuidade da contração
da política monetária e também de contração da atividade econômica, conforme já
está indicando dados da prévia do incremento do PIB da Fundação Getúlio Vargas,
divulgado ontem, que o Monitor do PIB mostrou recuo em 0,50% da economia
brasileira, em outubro, em relação a setembro. O Monitor do PIB é mais uma
prévia da atividade econômica. Com isso, provavelmente o PIB parece ter chegado
ao limite de seu incremento, visto estar incrementando acima do PIB potencial,
e começará a recuar, de acordo com a estimativa do mercado financeiro para 2025.
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