PREVISÕES DA SELIC PIORARAM
14-12-2024
A SELIC, no último ciclo de alta, esteve em 13,75% ao ano. Reiniciou o ciclo de baixa até 10,50%. Retornou a SELIC ao ciclo de alta em setembro passado e neste último mês de 2024 está em 12,25%. O Banco Itaú enxerga o pico da SELIC, em 2025, à taxa de 15% ao ano. Isto já tinha sido anunciado dias antes pela XP Investimentos.
O maior banco da América Latina, o Itaú, mediante
deterioração das expectativas inflacionárias, bem como o valor do dólar comercial
com projeção também de elevação (a inflação do dólar na economia doméstica se
reflete em 30% da cesta da inflação oficial), deixando a atividade econômica
mais resiliente, antevê para que no final de 2025 a taxa SELIC ascendendo para
15% anuais, somente cedendo em 2026, para 13%. Quer dizer, dois anos do final
do atual mandato com SELIC altíssima e baixo nível de atividade, conforme
cenário divulgado em relatório para os seus clientes, datado de ontem.
O Itaú prevê um cenário ruim e difícil para os próximos dois
anos, perante um dólar comercial forte e valorização estimada pelo novo governo
dos Estados Unidos, sendo, o que é pior, que a inflação oficial ultrapasse o
pico da meta inflacionária, defendida pelo Conselho Monetário Nacional, ficando
o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, no final de 2024, em 4,9%; 5,0%, em
2025; 4,3% em 2026.
Quanto ao PIB, devido aos índices trimestrais terem melhorado
no curso do ano, estima o Itaú um PIB de 3,6%, neste ano, assim como para 2025,
devido principalmente à prevista melhora da agropecuária, passou a sua
estimativa do PIB de 1,8% para 2,2%.
Para a XP Investimentos, declarado pelo seu dirigente, Caio
Megale, ontem, conforme a Bloomberg: “O aperto da política monetária vai reduzir
a inflação com o tempo, mas seu efeito é limitado, pelo fato de já existir ‘um
grau de dominância fiscal’, embora ainda em estágio inicial e reversível ... A
dominância fiscal se refere a um cenário no qual a deterioração da dívida
pública de um país impede o efeito de uma política monetária. Em tal situação,
os aumentos de juros para combater a inflação são ineficazes pois elevam o
serviço dos juros da dívida e reforçam a percepção de insustentabilidade
fiscal.”
Só para esclarecer mais, “o serviço dos juros da dívida” é um
encargo que, rolado, perante déficits primários estimados, elevará fortemente o
estoque da dívida pública.
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