DOLAR EM MENOR BAIXA EM UM ANO



O dólar comercial fechou em sua menor cotação em um ano, aos R$5,02, para venda, em relação a 10 de junho de 2020. Isso ocorreu porque o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,75%, pela terceira vez seguida e ainda prometeu mais 0,75%, na reunião de 03 e 04 de agosto. Durante o dia de ontem até chegou a flutuar abaixo de R$5,00. Porém, não passou disso.

Quando os juros básicos da economia se elevaram, no caso do Brasil, a SELIC, capitais estrangeiros se deslocaram em direção às aplicações financeiras, como acontece agora. Já os capitais nacionais, não. A inflação roda à casa de 8%, em doze meses, enquanto a SELIC agora veio para a casa de 4%, justamente a metade. É evidente a percepção do fato de as aplicações em dólar terem se ampiado, visto que, por exemplo, as taxas básicas dos Estados Unidos estão flutuando de zero a 0,5%. Ora, somente em uma mexida, a elevação da SELIC foi de 0,75% e a trajetória de alta está dada até o final do ano.

Outra repercussão importante ocorre na balança comercial. A moeda nacional valorizada barateia as importações. Isto é bom, visto que as maiores partes das importações brasileiras são de máquinas, equipamentos e insumos para a produção nacional. Já as exportações se encarecem e os exportadores recebem menos reais, dos dólares convertidos pelo Banco Central.

Tradicionalmente, o Brasil mantinha a moeda nacional desvalorizada. Beneficiava-se os exportadores, em detrimento dos importadores. Porém, nas duas décadas passadas, até 2014, o real estava valorizado e isto trouxe uma melhor colocação do Brasil no PIB mundial, chegando a ser o sexto país do mundo, visto que o PIB é convertido em dólares para apresentar-se em cenário internacional. Por outro lado, a valorização do real trouxe também melhor desempenho para a indústria nacional e o PIB brasileiro cresceu na média de 4% ao ano, durante 2003 a 2010. Porém, não se sustentou no ciclo proativo e ingressou em descenso de 2011 (em 2010 cresceu 7,5%), ao ponto de ingressar em forte recessão de 2014 a 2016. Depois se estagnou por três anos e em 2020 voltou à forte recessão, devido ao isolamento social provocado pelo enfrentamento da pandemia do covid-19. Em 2021, a pandemia continua, mas há indicativos de que a economia está se recuperando e deverá crescer forte neste ano, visto que a vacinação contra o covid-19 esta se ampliando e os setores produtivos estão se recuperando, pelo seu fortalecimento natural.

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