CRESCIMENTO QUE AÍ ESTÁ NÃO SE SUSTENTA

Para o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, o crescimento da economia brasileira, hoje calculado por volta de 3% neste ano, não é sustentável, visto que tem sido estimulado pelos gastos do governo, que fez retornar ao déficit primário, para cumprir promessas de campanha política do ano passado, bem como ter elevado o número de ministérios executivos de 23 para 38 neste ano. As dificuldades irão acontecer, até porque o orçamento público do ano que vem, cujo projeto foi enviado ao Congresso em 31 de agosto, prevê déficit zero em 2024, além de não contemplar expansão do Programa Bolsa Família, dentre outros gastos sociais.

Por seu turno, a pesquisa semanal Focus, do Banco Central tem mostrado as medianas dos economistas do mercado financeiro com crescimento muito mais baixo em 2024 e 2025, em torno de 1% em cada ano seguinte.

No primeiro semestre deste do ano, quando começou a colheita das safras e a continuidade dos investimentos para as próximas safras, o setor agropecuário puxou o crescimento fortemente.

Pastore assim argumentou, em entrevista à Folha de São Paulo, divulgada hoje: “Na medida em que a política fiscal fica expansionista e o juro real de equilíbrio, chamado de juro neutro, cresceu, não dá para ser otimista em relação ao investimento privado. Ele tem que encolher. Hoje o motor do crescimento é público, não privado. Tirando o agro, quem está fazendo o crescimento é o governo. Esse crescimento que aí está não se sustenta. No momento em que ele não se sustentar, esse conflito fiscal e monetário, que já foi muito agudo antes de o BC, naquela decisão dividida, ter baixado 0,5% ponto percentual na SELIC, vai emergir de novo, com mais força. Ele (o governo) está com excesso de otimismo que só ele e ninguém mais tem”.  

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