DEMANDA APARENTE DE BENS INDUSTRIAIS
Conforme análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o consumo aparente de bens industriais recuou 2,5% em julho, em relação a junho, após avanço de 1,4% realizado em mês anterior. Na comparação com julho de 2022, houve recuo de 5,2%, em julho de 2023. No acumulado de doze meses, o indicador teve queda de 1,1%.
A demanda aparente de bens industriais é a soma da produção
doméstica mais as importações. Na passagem de junho para julho de 2023, a
produção de bens domésticos recuou 3,5%, enquanto as importações tiveram alta
de 0,2%.
Quando comparado julho de 2023 com julho de 2022, os bens
industriais nacionais caíram 4,6% e os bens importados recuaram 7,6%. No
acumulado de doze meses, a demanda por bens industriais do Brasil recuou 1,8%.
Porém, o consumo dos bens importados se elevou 1,5%.
O IPEA, na divulgação da conjuntura industrial em referência,
não explicou a retração da demanda aparente de bens industriais, em face ao
crescimento do PIB de 2,9%, no ano passado e de que é esperado pelo governo
agora um PIB aumentando em 3,2%.
O fato é que desde o último quartel do século XX o setor
industrial recua e o setor agropecuário avança em produção e produtividade. A
ponta de tal crescimento se vê fortemente com a expansão do agronegócio. Por
exemplo, a Fundação Getúlio Vargas divulgou hoje, pelo indicador de Comércio
Exterior (ICOMEX) que a balança comercial brasileira, turbinada pelos produtos
da agropecuária, poderá ter um superávit de US$80 bilhões em 2023. De janeiro a
agosto, o superávit comercial já alcançou US$64,2 bilhões.
Ontem, o Banco Central divulgou a sua prévia do PIB, que
cresceu 0,44%, em julho, em relação a junho deste ano, sinalizando um
crescimento de 3,12% em doze meses. Vale dizer, desde o início do ano o
carro-chefe do crescimento da atividade econômica tem sido o setor agropecuário
que bate recordes sucessivos de produção.
Comentários
Postar um comentário