QUESTÃO CLÁSSICA DA POLÍTICA FISCAL
A questão clássica da política fiscal é a de que se o governo
deveria combater as recessões ou o baixo crescimento seria com aumentos dos
gastos públicos em vez de cortar os tributos. O governo federal que se iniciou neste
ano, em reedição dos governos comandados pelo PT, de 2003 a 2016, fez a opção
de elevar os gastos públicos e isto ficou provado desde quando conseguiu que o
Congresso Nacional aprovasse a Proposta de Emenda Constitucional de Emergência,
no final de dezembro de 2022, autorizando gastos que levariam a um grande
déficit primário em 2023, como está sendo.
Ao enviar o projeto de lei das diretrizes orçamentárias para
2024 com horizonte até 2026, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem
defendendo que, depois do déficit primário deste ano, já contratado, em 2024, o
País tenha déficit primário zero, procurando obter superávit primário em 2025 e
2026.
O próprio presidente Lula veio a público dizer que no ano que
vem o déficit primário necessariamente não precisaria ser zero. Dentro do seu
partido político, composto de várias tendências políticas, há emendas ao
projeto de que se refere de um pequeno déficit primário de 0,25% do PIB em
2024. O grupo do qual faz parte o deputado Lindebergh Farias (PT), da tendência
Resistência Socialista, fez duas propostas, nas quais uma propõe um déficit
primário de 0,75% e, a outra, de um rombo de 1% do PIB.
A esse respeito, o professor Alexandre Schuwartsman,
ex-diretor do Banco Central se referiu ontem que está havendo no seio do
próprio governo propostas semelhantes ao que houveram no início do segundo
governo de Dilma Rousseff (2014 a 2016), quando o Ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, propôs uma dinâmica e os defensores políticos do governo propuseram
outra.
Por seu turno, a reforma tributária que está sendo costurada
no Congresso Nacional, está sendo vista como aquela que poderá elevar os
tributos. Ora, aumento de gastos públicos conduzem a rombo orçamentário.
Elevação de tributos poderá servir para reduzi-lo. Entretanto, se o aumento de
gastos públicos ocorre na direção de elevação do PIB, pela existência dos
multiplicadores e aceleradores na demanda agregada, o aumento de tributos
poderá ir em sentido contrário.
Não sem motivo, os economistas consultados semanalmente pelo
Banco Central, vêm declarando que ´neste ano o crescimento do PIB está em torno
de 3%, mas que no ano que vem poderá ser de 1,5%, conforme tem apresentado
semanalmente, na pesquisa do boletim Focus do Banco Central.
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