SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS
Quase um ano depois, o IBGE divulgou o relatório anual, chamado de Síntese de Indicadores Sociais. São muitas estatísticas apresentadas, relativas ao ano de 2022. Praticamente, um ano depois. A demora se deveu às apurações rigorosas, para aproximar-se bastante da realidade.
A síntese mais destacada é quanto à desigualdade na
distribuição de renda no Brasil. Em síntese, o IBGE pontuou que no ano de 2022 se
registrou a menor desigualdade nos níveis de renda do brasileiro, desde que as
estatísticas anuais consolidadas dos indicadores sociais foram apresentadas.
A desigualdade na distribuição de renda é calculada, aceita
mundialmente, através do índice de Gini, em uma curva de Lorenz, nomes dos seus
criadores. O indicador varia de zero a um. Quanto mais próximo de zero, menor a
desigualdade; quanto mais próximo de um, maior a desigualdade.
Conforme o IBGE, o índice de Gini em 2022 foi de 0,518. Em
comparação com 2021, a retração foi de 4,8%. Trata-se do menor indicador da
série histórica, iniciada em 2012. Por seu turno, a maior desigualdade ocorreu
em 2018, quando o índice fora de 0,545.
O IBGE, em seu relatório, explicou que a existência de
benefícios sociais, reforçados pelo combate aos efeitos da pandemia do
covid-19, fez o índice do ano passado ser menor em 5,5%, do que seria sem
tê-los. Contudo, a explicação do IBGE foi mais além: “Os benefícios dos
programas sociais contribuíram para a redução da desigualdade em 2022, mas não
agiram sozinhos, pois o mercado de trabalho também contribuiu nesse cenário”,
conforme o documento referido.
A pandemia que eclodiu em 2020 teve como resposta do governo
federal o aumento dos valores dos benefícios com a implantação do Auxílio
Emergencial. O índice de Gini recuou de 0,544 em 2019, para 0,524 em 2020, o
menor indicador até então, sendo o mesmo de 2015. Em 2021 houve a redução do
Auxílio Emergencial e a redução de efeitos adicionais no mercado de trabalho, o
índice voltou ao nível de 2019. Entretanto, no final de 2021 foi criado o
Auxílio Brasil, inicialmente em R$217,00, passando para R$400,00 em abril de
2022 e para R$600,00 em junho daquele ano.
Dessa maneira, sem o Auxílio Emergencial o índice teria
disparado em 2020. De forma semelhante, sem o Programa Auxílio Brasil e suas
majorações, a redução em 2022 seria bem menor do que a apresentada acima, sendo
o menor índice da série histórica.
Como o índice de Gini é uma média, para perceber-se a
distribuição de renda seria o caso comum dos estudiosos, em dividir o universo
pesquisado, em classes de 10%, os chamados decis.
Na literatura existe trabalhos acadêmicos, mostrando que o
índice de Gini da população brasileira já fora superior a 0,600 (ele é
apresentado assim, visto que se quer perceber melhoras até em milésimos). Na
mesma literatura existente, os recuos demonstraram melhoras na distribuição de
renda. Os trabalhos realizados se deram anteriormente nas análises dos censos
demográficos. As conclusões dos autores sobre os censos demográficos foram as
de que o Brasil possui uma das maiores concentrações de renda do mundo. O indicador
médio, superior a meio por cento, variando de zero a um, permite inferir a
conclusão em referência.
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