SUÍÇA DA AMERICA LATINA
O Brasil foi chamado de Suíça da América Latina por Robin
Brooks, economista chefe do Institute of International Finance. Parece um elogio,
mas é como os europeus, composto de países colonizadores, que veem os colonizados,
que ainda não se sobrepuseram à colonização do capital financeiro, ultima etapa
do capital que domina. A lógica dele é a de que um país tem que ser dependente
e subordinado aos capitais dos países centrais do capitalismo. Hoje em dia, a
órbita principal passou para os Estados Unidos da América, que quer ser (não,
já é) o herdeiro associado do Reino Unido.
A invenção de economistas do balanço de pagamentos entre
países é de uma clareza só. Vale dizer, existe a balança comercial, a balança
de serviços, a balança de transações correntes, a balança de capitais. A comercial
com a de serviços é a de transações correntes. Nesta é que se opera a
subordinação e dependência, visto que os ricos fornecem mais serviços e cobram
mais juros, por que emprestam aos mais pobres, mesmo que eles tenham saldo no
comércio internacional, não sendo praticamente possível estarem positivos nas
transações correntes. Logo, precisam de capitais
para fechar o balanço final de pagamentos.
Brooks afirmou que “O Brasil um dia será a Suíça da América
Latina”. A afirmação decorre do fato de que o Brasil obteve o menor déficit em
transações correntes para novembro, desde 2006, de US$230 milhões.
Secularmente, o Brasil tem sido deficitário no balanço de transações correntes.
O resultado foi puxado principalmente pelo superávit
comercial recorde de US$7,4 bilhões em outubro de 2023. Conforme Brooks: “Transformará
o Brasil, no médio prazo, em uma anomalia latino-americana”.
Vale dizer, o pensamento deles é de que o País poderá romper
a dependência e subordinação estrutural, à semelhança da China e da Índia. Na
verdade, eles gostariam de que ficasse eternamente assim.
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