DILEMA DO GRANDE VAREJO


O grande varejo geralmente tem operado com financiamentos próprios de suas vendas, além de possuir estoques em centros de distribuição e nas suas lojas. Isto tudo representa um grande capital de giro, ao qual os varejistas acorrem aos grandes bancos, na esperança de manter-se lucrativas. Não tem sido fácil, depois da pandemia do covid-19, de forte retração consumo. Diferente das empresas do comercio pela internet, que podem vender mais barato e tem menores custos, principalmente fixos, do que as grandes varejistas. ´

O dilema então tem sido, para inúmeras delas, recorrerem à recuperação judicial ou ingressar em processo de fusão. Na primeira hipótese, o grande varejo que tem recorrido ao socorro judicial tem a esperança de reduzir as taxas de juros cobradas pelos bancos credores e terem alongamento do perfil das suas dívidas. Neste caso tem chamado a possibilidade de saírem fortalecidas ou recuperadas judicialmente. Na segunda hipótese, a fusão de grupos econômicos poderá resultar em enxugamento de custos, mas reduz o valor de mercado da nova empresa. Por isso mesmo, a primeira opção tem sido a mais utilizada.

As grandes varejistas com mais pedidos de socorro judicial têm sido encontradas no ramo alimentar, eletrodomésticos e têxtil.

Ademais, a inflação global, seja no Brasil e na maioria dos países do globo, ficou em níveis muito altos e os bancos centrais pelo globo terrestre resolveram combate-la de forma ortodoxa, via elevações das taxas básicas de juros (No Brasil, a SELIC).. O sistema bancário pratica até taxa de juros maiores do que a SELIC. E no Brasil não foi diferente. As taxas básicas ultrapassaram dois dígitos por aqui. No início do ano, até 31 de julho passado estavam em 13,75% ao ano. A partir da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, em 1º de agosto, elas ingressaram em ciclo de baixa, estando hoje em 11,75% anuais. Até a última reunião do ano, em dezembro, o Banco Central sinaliza que a SELIC poderá ir para 9%, provavelmente encerrando o ciclo de baixa.

Face ao exposto, ainda deverá ter o a maior parte do ano com juros caros, por volta de dois dígitos. Portanto, as dificuldades continuarão e o número de recuperação judicial poderá crescer e, já vem assim, em 2024, muito maior do que o número de fusões. No ano passado cresceu 69% em relação ao ano anterior.

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