PRÉVIAS DA AVALIAÇÃO DO PIB

21-02-2024

A principal avaliação da economia brasileira é a análise do Produto Interno Bruto (PIB) e de sua variação, mensal, trimestral e anual. Trata-se de uma medida que subestima o esforço nacional de produzir, porque dificilmente capta o mercado informal. Isso ocorre no mundo todo, em espaço menor do que nas economias organizadas. Entretanto, a economia informal é considerada como um viés que pode crescer de forma semelhante ao crescimento do PIB ou torna-la como uma variável do conjunto “coeteris paribus” (isto é, o termo latino em ciência econômica seria “e tudo o mais constante”). Portanto, o PIB é muito importante para a teoria econômica (diagnóstico) e para a política econômica (prognóstico).

O Banco Central do Brasil, calcula uma proxy do PIB, do calculador oficial, que é o IBGE, cuja sua divulgação será feita em 1º de março próximo. No cálculo do Banco Central (BC) o PIB teve um incremento da atividade produtiva em 2023, de 2,45%. Muito embora o BC, que tem um grande departamento de estatísticas, faça a prévia de forma mensal, daí a sua importância de conhecer, visto que o IBGE a divulga de forma trimestral, o BC se baseia em dados preliminarmente divulgados pelo IBGE e em informes próprios, de pesquisas primárias no País. Certamente, a prévia dele nem sempre condiz com que espera a equipe econômica do governo. 

A segunda prévia do PIB, que é o Monitor do PIB, de forma também mensal, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, em pesquisas primárias e em observações das bases divulgadas pelo IBGE, feita ontem, cravou 3% de incremento da atividade econômica em 2023. O detalhe mais importante da citada estatística veio acompanhado também de uma estatística frustrante, de que a taxa da Formação Buta de Capital Fixo (ou seja, os investimentos) esteve em declínio em 2023, além de estar indicando que continuaria por este ano, de certa forma, corroborando os dados das medianas das pesquisas semanais do Banco Central, junto ao mercado financeiro, de que a taxa de crescimento do PIB de 2024 poderá ser por volta da metade daquela do PIB de 2023.

Evidentemente, isto não é bom, visto que o País precisa crescer bem mais, visto a diminuir o gap entre a sua taxa de crescimento e a média da taxa de incremento do PIB mundial, conforme cálculo do FMI (ou seja, 3,1% para 2024). Na verdade, o País passou por uma das mais severas recessões da sua história, do segundo trimestre de 2024 ao último de 2026 (11 trimestres seguidos), depois crescendo a uma média anual de 1%, de 2017 a 2019, voltando à recessão de 2020, em face da pandemia do covid-19, recuperando-se daquela em 2021, prevendo PIB incrementado, por volta de 3% em 2022 e 2023, o que mostra grande atraso na forma de crescer do País, em relação ao seu crescimento populacional, a uma taxa próxima de 1% ao ano, e em relação à média do crescimento mundial, que cresceu de 2000 a 2019 cerca de 3,9%, além do FMI estar prevendo o mundo crescer 3,1% este ano e 3,2% no próximo.

Enfim, o PIB evidencia o progresso de um País. Por exemplo, o Brasil já esteve no sexto lugar em PIB mundial, há cerca de uma década atrás, mas, de 2014 para os anos atuais chegou a cair para décimo lugar, retornando no ano passado para o nono lugar. Comparando com o seu território, que o quinto do mundo e, com sua população, que é a quinta do globo, o PIB, a eles não está nivelado, sendo o mínimo que se poderia projetar.

Veja-se o grande progresso hoje em dia revelado pela Índia, que há dez anos atrás tinha um PIB em 20º lugar e hoje é o quinto do mundo.   

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