CUIDADO COM A INFLAÇÃO

 

27-03-2024

No mundo todo, as equipes econômicas dos governos têm o cuidado para que a inflação não seja alta e não seja insinuante. O motivo é muito simples. Ela, num patamar, por exemplo, acima de 5%, e se for de forma crescente, desorganiza a atividade produtiva, desorganiza a esfera monetária e financeira. Enfim, desorganiza os mercados. Que são os sistemas de convergências das diferentes ofertas e procuras de todos os níveis da atividade econômica. Além disso, traz perdas para os assalariados, devido às defasagens nos reajustes salariais, bem como para todos aqueles que não conseguem se antecipar a ela.

O Banco Central é a autoridade máxima da condução da política econômica. Por exemplo, ontem, em São Paulo, o seu presidente, Roberto Campos Neto, fez uma palestra para os estudantes da Stanford Graduate School of Business, onde a tônica dos debates foi o assunto mais imediato, após a reunião da semana passada, do Comitê de Política Econômica (COPOM) do Banco Central (BC), que tem sido considerado no mundo desenvolvido como correto ao combater a inflação, de forma ortodoxa, via taxa de juros. Ou seja, quando a inflação está alta e se eleva, os juros também seguem na mesma direção e, vice versa, algo simples, fácil de entender, mas que os analistas econômicos e os policies makers divergem, quanto ao grau de elevação ou de redução da taxa de juros. Geralmente, apressam-se nas sugestões, para a tomada de decisões do referido comitê. Mas, o COPOM, que reúne diretores e assessores do BC, tomam decisões de acordo com a análise dos mercados, após levantamentos estatísticos dos seus departamentos econômicos.

Na última reunião do COPOM, depois de seis reduções seguidas de 0,5%, na taxa básica de juros, a SELIC, o comunicado dele, foi de que, doravante, poderia reduzir a SELIC para algo como 0,25%, por reunião, até chegar a 9%, na última reunião do ano. Não gostaram dessa ortodoxia, a própria equipe do governo e a Confederação Nacional da Indústria, os quais vem propugnando o contrário, de que a SELIC se reduzisse mais rápido, para 0,75%.

Voltando ao presidente do Campos Neto, este pontuou, principalmente, na sua apresentação, que “o indicador cheio da inflação no Brasil continua em desaceleração, mas que várias medidas de inflação subjacente estão acima da meta nas divulgações mais recentes”. Por seu turno, a ata da reunião do COPOM concluiu que, parte dos ganhos reais dos salários está relacionada à dinâmica mais apertada do mercado de trabalho.

Em outras palavras, segundo ele, o BC não afrouxara a política de combate da inflação, via reduções seguidas da taxa SELIC, que poderá ser reduzida a referida taxa à metade da praticada desde 01 de agosto de 2023, nas próximas reuniões.                

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