DEZ ANOS DEPOIS DA LAVA JATO

 

18-03-2024

Em 2014 se iniciou um grande esquema de investigação de corrupção nas empreiteiras da construção civil, portuária e naval, que se chamou de Operação Lava Jato. Dez anos se passaram. O castelo de cartas de cerca de 30 grandes construtoras desmoronou. Reconhecimento de propinas, prisões, desvios de dinheiro público e de empresas estatais, envolvidas, principalmente a Petrobras, além de acordos de leniência firmados e, tudo isso e muito mais, levou por terra um complexo produtivo ineficiente e corrupto.

A lógica da análise econômica é de apresentar os custos alternativos entre as aplicações financeiras e seus resultados. Assim, no geral, foram devolvidos aos cofres públicos mais de R$6 bilhões. O que se pergunta é porque as receitas de tais empresas caíram 85% e elas não se soergueram até hoje? Por que foram destruídos 4,4 milhões de empregos diretos e indiretos em torno das referidas empresas? O trabalho que aqui será reportado é de cálculos do Departamento de Estatísticas Intersindical (DIEESE).

O estudo do DIEESE apontou ainda que a geração de menos empregos, implicou em menores rendas e em menores investimentos. Assim, o levantamento do DIEESE, divulgado pela imprensa, deu conta de que a Lava Jato reduziu os investimentos públicos e privados em mais de R$172 bilhões, entre 2014 e 2017. A indústria da construção civil foi a mais prejudicada, em termos de inversões.  Deixaram de ser realizados nela cerca de R$36 bilhões. Em seguida, vieram as reduções de inversões para o comércio, em torno de R$31 bilhões. Extração de petróleo, gás e de serviços de apoio se restringiram por volta de R$29 bilhões. As atividades imobiliárias se reduziram em R$22 bilhões. A intermediação financeira, seguros e previdência complementar caíram R$17,5 bilhões.    

A resposta que se tem dado à destruição em tela é que os donos das empresas foram preservados, embora tivessem alguma forma de punição, seja por prisão ou pagamento pecuniário. Mas as empesas não. Foram detonadas. O esquema montado fora de aniquilar as empresas e, as empresas, desapareceram ou diminuíram muito de tamanho.

O diretor técnico do DIEESE, Fausto Augusto Júnior, referiu-se a que o DIEESE montou uma matriz de insumo-produto, modelo de Leontief, vendo as repercussões nos setores produtivos e nos agregados macroeconômicos. Em seguida, culpou a Operação Lava Jato de desestruturação de cadeias produtivas na área de petróleo, gás e na construção civil. 

Ademais, calculou o DIEESE que o governo deixou de arrecadar mais de R$47bilhões de tributos, cerca de R$20 bilhões de para a Previdência Social e para o FGTS. Por seu turno, com a destruição de empregos, a massa salarial caiu mais de R$85 bilhões.

Em face ao exposto, a simulação do DIEESE é de um custo alternativo ao custo da corrupção desenfreada que enriquecia poucos e endividava a Nação.

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