OPOSIÇÃO AO ATUAL PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL
28-03-2024
Um dia depois da palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, economista ortodoxo ou de posição política econômica conservadora, anteontem, em São Paulo, para alunos da Stanford Graduate School of Business, comentada aqui, ontem, na qual Campos Neto defendeu a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) versão da sua gestão, perante a mudança na estratégia do ciclo de queda da taxa básica de juros, a SELIC, que passará a ter cortes menores na SELIC, visto que há informes estatísticos com vetores subjacentes na inflação com tendências altistas. A decisão aborreceu, por exemplo, a equipe econômica e a Confederação Nacional da Indústria, que propugnaram e propugnam por reduções mais altas da taxa SELIC.
O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, como longa carreira no
meio sindical, ex-deputado federal e advogado, declarou ontem que Campos Neto
precisa estudar mais um pouco os fundamentos da economia, dado que ele tem a
visão errada do processo inflacionário, qual seja a do lado da demanda. Na
concepção dele, não se combate a inflação com aumento da taxa de juros ou com restrições
ao crédito, mas deveria ser combatida com aumento da produção e da oferta. Ora,
aumento da produção e da oferta é a mesma coisa. Ou seja, a economia vista do
lado da oferta agregada, enquanto Campos Neto a vê do lado da demanda agregada.
Ademais, recomendar a Campos Neto que estude um pouco mais os Fundamentos da
Economia, é querer remetê-lo ao primeiro ano de um curso de Ciências
Econômicas.
Inflação de oferta ou inflação de demanda são discussões que
antecedem até aos clássicos, a partir de Adam Smith, o considerado pai da
economia, que enunciou as leis da oferta, da procura e dos mercados. Anterior a
ele, Jean Baptiste Say dizia que “a oferta cria sua própria procura”. No
entanto, a partir de Smith, ficou claro que é “a demanda que cria a sua própria
oferta”.
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