LINHA DE POBREZA EM 2023
11-04-2024
O IBGE divulgou com atraso de mais de três meses o cálculo de quatro enfoques da linha de pobreza, em termos de renda do ano passado, transformando em moeda local o que o Banco Mundial define como a região de pobres e miseráveis.
A linha de pobreza social ficou em R$502,07. A linha de
pobreza extrema se situou em R$182,82. A linha de pobreza absoluta se encontrou
em R$582,47. A linha de pobreza relativa foi calculada em R$404,29, aos preços
de 2023. Dessa maneira, para ser considerado abaixo da linha de pobreza foi
necessário ter: renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, no valor de
R$606,00; ter renda familiar mensal total de até três salários mínimos, no
valor de R$3.636,00; ou, possuir renda maior do que três salários mínimos,
desde que o cadastramento esteja vinculado à inclusão em programas sociais nas
três esferas de governo.
Durante a pandemia do covid-19, a pobreza social bateu
recorde no Brasil, conforme cálculos de pesquisadores da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, atingindo 64,6 milhões de
brasileiros. Assim, entre 2020 e 2021, cerca de 11,7 milhões de pessoas
ingressaram em situação de pobreza, colocando 30,4% dos cidadãos na condição de
pobreza social. É a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012.
Por seu turno, estudos do IBGE, com base na Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua do ano de 2021, apresentava dados um pouco
menores. Dessa maneira, foram cerca de 29,6% da população brasileira,
equivalentes a 62,9 milhões de pessoas, as quais tinham uma renda per capita de
R$497,00. Dentre estes, 17,9% se encontravam em pobreza extrema, representando
8,4% da população.
O próprio IBGE divulgou também que o Brasil somente perde, em
número absoluto de pobres, para a Índia. Em terceiro lugar vem a Indonésia,
segundo estudo sobre os vinte maiores PIBs do globo (G-20). Cálculos de 2022,
do G-20, mostram que cerca de 3,5% dos brasileiros eram extremamente pobres,
para também dizer em situação de miserabilidade. O último dado para a Índia,
que tinha em 2021 (dado atualmente disponível) o maior número de pessoas
extremamente pobres, cuja taxa era de 12,9% da população. A Índia vem vencendo
o gap da pobreza histórica, sendo hoje o quinto PIB global, mas há muito ainda
a fazer para melhor distribuir a renda.
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