IMPACTO INICIAL DA CATÁSTROFE NO SUL NO PIB

18-05-2024

A maior parte deste mês e, não se sabe ainda quando, a catástrofe oriunda das chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, onerará e está onerando o PIB brasileiro. Os retratos apresentados são de 447 municípios, por volta de 94,3%, dos 497 municípios gaúchos afetados por inteiro, conforme a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Por sua vez, os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do Estado, impactando segmentos significativos. A tragédia levou à paralisação de fábricas de diversos segmentos produtivos, de montadoras de automóveis a utensílios domésticos. Empresas desligaram as máquinas e deram férias coletivas. Outras paralisaram, ou por falta de energias ou por incapacidade de prosseguir na produção.

O Rio Grande do Sul é tradicionalmente conhecido como um dos grandes produtores da agropecuária. O impacto das colheitas de arroz, soja e trigo já estão sendo sentidos na inflação brasileira. Ocorre e ocorrerá também na produção de leite e de carnes.

No último informativo de mercado do Banco Central, o boletim Focus, já há estimativas de elevação da inflação. No mercado financeiro já se aventa a possibilidade de o Banco Central não reduzir os juros básicos da economia, a SELIC, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. A maior instituição financeira do Brasil, o Banco Itaú já estima que a SELIC poderá fechar, no final do ano, em 10% anuais.

Em resumo, já está havendo e haverá grande impacto nas cadeias de fornecimento, não somente das plantações, mas as cadeias de suprimento, em geral, sendo prejuízos nos silos e nas indústrias que se utilizam da soja, como no caso de proteína animal, sem se referir-se às estradas, pontes e rodovias. Por exemplo, no caso do complexo da soja, a expectativa era de exportar 23 milhões de toneladas, basicamente para a China. Porém, a previsão de fornecimento foi reduzida para 20 milhões de toneladas.

Nas cadeias produtivas ainda se aguarda problemas de qualidade dos produtos que serão movimentados e isto prejudicará os fornecimentos em geral.

Muito embora o relatório bimensal macroeconômico da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda esteja elevando a projeção do PIB deste ano, de 2,2% para 2,5%, ela não considerou os reflexos da catástrofe que estão ocorrendo no Rio Grande do Sul. O próprio Ministério da Fazenda já acredita que recrudesceram as pressões inflacionárias, ainda que, de leve, não afetando o cumprimento da meta de inflação mais o viés de alta, porém, afetando o ciclo de baixa da taxa básica de juros.

PIB baixo estimado e inflação elevando-se. Trata-se do contrário que a política econômica do que deseja a gestão do País.

  

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