CLIMA PODE TER IMPACTO ESTRUTURAL

07-06-2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem, declarou que o clima pode ter forte impacto estrutural na economia brasileira, neste ano, visto que as chuvas, as enchentes e o desastre continuado que causaram e ainda estão causando no Rio Grande do Sul, terão efeitos negativos na esfera produtiva e na esfera monetária da economia brasileira. Em resumo, a inflação de 2024 será mais alta e o PIB crescerá menos do que está sendo previsto pela equipe econômica, que acredita poderá ser acima de 2,2%.  

Na sua palestra, ele declarou que os efeitos climáticos naquele Estado têm se mostrado como estragos, para provocar “microrrupturas” na economia nacional, citando como exemplos os resultados dos aumentos de preços dos alimentos e da energia.

São suas palavras, no evento sobre mercado de capitais, na Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (ANBIMA), organizado pela Bolsa de Valores: “A gente vê que o número de anomalias tem crescido bastante, a gente tem duas linhas aí de 2023 e 2024 mais grossas, que mostram que de fato não dá para dizer que não tem uma tendência pelo menos olhando desde 1940”. Isso se deveu a sua interpretação de gráfico na exposição de dados econômicos.

Campos Neto se referiu basicamente sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, que adiciona incertezas sobre os preços dos alimentos no Brasil e sobre a reconstrução do referido Estado, a qual demandará tempo e recursos não previstos.

Concluiu Campos Neto, com base em estatísticas coletadas pelo próprio Banco Central, de que o Rio Grande do Sul é responsável por 6,5% do Produto Interno Bruto, 12,7% do agronegócio e tem impacto de 8,6% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

Sem dúvida, a inflação mais elevada, ora prevista, terá dois grandes impactos imediatos, a de retração no nível de crescimento econômico e levar ao Banco Central a ser mais comedido no trato da taxa básica de juros da economia, que não deverá deixar o patamar de dois dígitos neste ano.

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