MAIORES EFEITOS DA VALORIZAÇÃO MONETÁRIA

16-06-202

Historicamente, a moeda brasileira esteve na maior parte dos anos, desvalorizada, mostrando a fraqueza da economia brasileira, em relação ao resto do mundo. Ou seja, no dizer clássico da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), o maior centro de estudos regionais, as economias da América Central e da América do Sul, quase sempre estiveram desvalorizadas, em relação, por exemplo, as economias da América do Norte e das economias da União Europeia, à exceção do México, que também é economia latino-americana. Ou seja, as moedas das economias menos desenvolvidas do mundo, quase sempre estiveram desvalorizadas, em relação às economias desenvolvidas globais. Trata-se de uma relação de força e de poder. Em outras palavras, em uma relação demonstrativa em números, os cepalinos diziam, desde Raul Prébish, um dos fundadores da CEPAL, no final dos anos de 1940, que os países pobres perdiam na relação de preços de exportações pelos preços de exportações. Isso, por décadas, demostrava-se que havia a deterioração dos preços domésticos, em relação aos preços internacionais. Ou seja, perdia-se valor na balança comercial internacional.

Na maioria dos anos das duas décadas do século XXI, a moeda brasileira, o real, esteve valorizado, em relação à moeda padrão do comércio internacional, o dólar americano. Isto fortaleceu a economia brasileira, que chegou a ser a sexta economia global em 2011, mostrada pelo PIB. Citada posição foi alcançada devido ao crescimento econômico, PIB por volta de 4% anuais, durante a primeira década do ano 2.000 e início dos anos da segunda década deste século, impulsionado por uma combinação do aumento de preços das commodities, consumo doméstico forte e elevação dos investimentos privados. Depois, com a valorização da moeda nacional, o valor do dólar chegou até por volta de R$1,50, em meados da década passada, depois de, no ano de 2002 ter chegado a mais de R$4,00, pelo efeito do receio dos investidores do que seria o primeiro mandato do presidente Lula, que tinha um discurso extremamente intervencionista na economia de mercado. Quase um quartel de século depois, o preço do dólar chegou ao máximo de R$5,43, no início desta semana. Os policies makers ao assumirem o atual governo aspiravam um dólar abaixo de R$5,00.  

Conforme a agência classificadora de risco Austing Rating, que fez um levantamento, baseada no Banco Central, a moeda brasileira acumulou uma redução de 9,5% neste ano, até o fechamento do mercado em 11 de junho, passado, quando o dólar encerrou em R$5,36, sendo o maior valor desde novembro de 2022.   

Em síntese, a elevação do dólar comercial mostra a fraqueza da economia brasileira. Na relação de trocas internacionais, as exportações obtêm maiores proporções de reais, em termos de dólares e com as importações ocorrem o contrário. Quer dizer, exportam-se maiores volumes de bens e serviços, em termos relativos, e se importam menores volumes de bens e serviços.

  

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