IRRESPONSABILIDADE E RESPONSABILIDADE FISCAL
06-07-2024
Depois do presidente da República, Lula, declarar por quase 18 meses que não iria cortar despesas, para produzir um superávit primário zerado em 2025, visto que, no ano passado e neste ano, os déficits primários estão garantidos, os mercados financeiros e produtivos interpretaram isto como irresponsabilidade fiscal. Diferentemente, seu Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que continuaria procurando receitas e revendo gastos, perseguindo o déficit primário zero em 2025.
Esta grande divergência nos discursos de ambos desencadeou
uma descrença na boa gestão da economia brasileira, bem como os ativos nacionais
ficaram se desvalorizando e o dólar comercial iniciou uma escalada, desde o
início de 2024, chegando até a atingir o pico de R$5,70, em desvalorizações do
real, quase que diárias, que chegaram próximas de 20%, em apenas seis meses.
Por sua vez, o presidente, também fazia fortes críticas ao presidente do Banco
Central, Roberto Campos Neto, de que este mantinha a taxa básica de juros em
patamares bastante elevados, o que estava dificultando a recuperação da
economia brasileira. As críticas do presidente Lula, em referências, deixavam
os mercados perplexos. Mesmo assim, a equipe econômica se reuniu para examinar
os cortes que poderiam ser feitos, não neste ano, mas, no próximo.
Em reunião do presidente com a equipe econômica, Haddad
apresentou cerca de R$26 bilhões, que poderiam ser cortados das despesas
obrigatórias, em 2025, para zerar o déficit primário.
Perante as evidências, o presidente Lula voltou atrás e se
referiu ao fato de que ele tinha responsabilidade fiscal e se reportou aos seus
dois primeiros mandatos, nos quais os oito anos seguidos foram de superávit
primário.
A sua mudança de posição, acalmou os mercados e o dólar
comercial começou a baixar nos últimos dias da semana e retornou ao patamar de
R$5,40.
Enfim, um bate cabeças que foi bastante prejudicial ao País.
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