OPEP PREVÊ FORTE DEMANDA POR PETRÓLEO
11-07-2024
O cartel da Organização de Produtores Exportadores de Petróleo (OPEP), composto de 13 membros, países na maioria muito ricos (a Venezuela hoje é pobre e já foi muito rica), tem como foco principal racionar a oferta da commodity no tempo. Trata-se de sua estratégia de ditar regras sobre ofertas, preços e produção. O cartel é mais forte do que o monopólio, visto que este é só um e aquele é um conjunto que dificilmente pode ser atingido. Em decisões mais ousadas se tem também a OPEP +, que reúne na OPEP original, aliados, tais como a Rússia.
A OPEP, em seu relatório mensal, divulgado ontem, manteve a
sua previsão de crescimento relativamente forte da demanda aparente global em
2024 e em 2025. Baseia-se no crescimento mundial elevado, previsto pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI), além das viagens aéreas, que continuam usando muito
os derivados de petróleo.
Seria de perguntar-se e o que o Brasil tem a ver com isso? Em
tese, o Brasil é autossuficiente na produção petrolífera e ainda tem excedentes.
No entanto, o tipo de petróleo que o País produz, basicamente, é o chamado do
tipo pesado, quando o que mais precisa é do tipo leve. Por esse motivo, a
Petrobras é o maior exportador e o maior importador de bens e serviços do
Brasil, no geral, devido à expressividade dos negócios petrolíferos.
Por sua vez, tanto no mês passado, como neste ano, a OPEP
projetou a demanda adicional de 2,25 milhões para 2024 e de 1,85 milhão de
barris de petróleo por dia.
Desde os anos de 1970, pelo menos, que se vem falando em
substituir o uso do petróleo pelo o de uso de energia limpa. No entanto, a sua
demanda sempre tem aumentado e, segundo a OPEP, ainda não atingiu o máximo, mas
está bem próximo. Acreditam eles que poderá acontecer no ano vindouro.
O cartel é fortíssimo e a OPEP + realiza desde o final de
2022 uma série de cortes de produção, principalmente, devido às divergências entre
o bloco dirigido pela Rússia, em relação ao Norte Europeu, que faz parte da
OTAN (sigla NATO, em inglês), que realizam uma guerra fria europeia com a
Rússia, em razão da guerra russa coma Ucrânia.
Em razão de tais fatos, a OPEP tem colocado o preço do barril
do petróleo, em direção a US$100.00. Hoje está acima de US$80.00, o que é muito
caro, encarecendo a produção e provocando grandes efeitos inflacionários. O
barril do petróleo, do tipo leve, o Brent, ultimamente, tem variado entre
US$84.00 a US$87.00.
Na verdade, o mundo vinha em crescimento econômico médio
acima de 3% anuais, em direção a 4%. Mas, depois da citada guerra, e de seus
efeitos, a perspectiva de crescimento tem convergido para 3%, conforme o FMI.
Por seu turno, a inflação da maioria dos países globais está acima de 4% ao
ano. Não é coincidência. Inflação e crescimento econômico, em níveis de um
dígito, parece ter correlação positiva, quando a economia está organizada,
proativa. A propósito, Ignácio Rangel, escritor do clássico livro “A inflação
Brasileira”, dizia que, em termos normais de temperatura e pressão, uma pequena
dose de inflação é desejável, para evitar o entesouramento.
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