POPULAÇÃO OCUPADA E PRODUTIVIDADE

01-08-2024

Existem muitas informações desencontradas pelo País. Verificando alguns dados de avaliação da força de trabalho e da produtividade é possível é possível obter-se um resultado para reflexões e debates.  

Quem calcula melhor os dados sobre população brasileira e seus estratos sociais é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É melhor porque também é o maior, pelo número de pessoas e de domicílios pesquisados. Nenhum outro órgão recenseador no País tem a sua competência. Isto, secularmente. No mês de junho deste ano, data da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), fechando o segundo trimestre do ano, existiam cerca de 101 milhões pessoas ocupadas, aquelas que tinham de 14 anos ou mais trabalhando no País, correspondendo a cerca de 47% do total de almas brasileiras. Por seu turno, a população total do Brasil em dezembro de 2023, segundo o IBGE era de 216 milhões.

Segundo a PNAD Contínua de 2022 os jovens no Brasil até 14 anos eram cerca de 47,4 milhões, correspondentes a 22%. A estimativa pode variar um pouco em relação ao dado mais atualizado. Porém ela oferece base sólida para entender o número de jovens nessa faixa etária. Consoante a mesma PNAD Contínua acima citada, a população de idosos no País era de aproximadamente 38% milhões de pessoas, correspondendo por volta de 18% da população brasileira, destacando-se o envelhecimento gradual da população nacional. Jovens e idosos eram aproximadamente 60% da população total, em 2022.

Um país para alcançar o desenvolvimento tem de usar ao máximo o bônus demográfico (proporção relativamente alta com pessoas em idade produtiva, em relação à população total), coisa que o Brasil não esteve fazendo nas últimas décadas. O pico do citado bônus ocorreu em 2010 e, a partir de então a população em idade produtiva vem caindo, devido ao envelhecimento da população. Estima-se que o bônus referido está prestes a se esgotar, nos próximos anos de 2025 a 2030. A partir daí haverá uma parcela maior de idosos, que o País terá de enfrentar e o desafio de sustentar.  

 Já o número de aposentados pensionistas, vivendo de recursos do maior orçamento do País, a Previdência Social, está por volta de 40 milhões de almas.

Atualmente, o maior programa social governamental é o Bolsa Família, atendendo número próximo a 56 milhões de pessoas. O benefício não impede que a pessoa trabalhe. Mas, ela só deixa de receber o benefício se a renda per capita da família ultrapassar o limite do programa, que é de R$218,00.

No Brasil, conforme o Atlas do Estado Brasileiro, peça feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), havia, em 2021, data de estudo mais recente, 11 milhões de servidores públicos, aproximando-se também de 11% da população ocupada e correspondendo a cerca de 5% da população total do Brasil.    

Ainda que o quadro exposto aqui seja reduzido, é possível pesquisar e ver que o mesmo IPEA, acima referido, calculou que a produtividade média do trabalhador brasileiro, em termos de PIB, por hora trabalhada está na faixa de 20% a 25% da produtividade de um trabalhador dos Estados Unidos da América. Sem dúvida, isto se entende pela deficiência de acumulação do capital humano, que tem sua base histórica no deficiente sistema educacional, de saúde pública, de emprego e de saneamento básico, dentre outros itens da infraestrutura. Além disso, os governos têm que investir também em inversões multiplicativas, para impulsionar investimentos privados, e reduzir os gastos não reprodutivos.

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