RELATÓRIO BIMESTRAL DE RECEITAS E DE DESPESAS
24-07-2024
Na atual gestão, a cada dois meses o Ministério da Fazenda, em conjunto com o Ministério do Planejamento, divulgam o Relatório Bimestral de Receitas e de Despesas, visando a execução do orçamento público, aprovado pelo Congresso Nacional.
No dia 22, passado, eles divulgaram que o ano poderá se
encerrar com um déficit primário de R$32,6 bilhões. Equivalentes a 0,3% do PIB,
número aproximado, da margem de tolerância de 0,25%, aprovado para as finanças
públicas deste ano. Ao mesmo tempo, revelaram que haverá uma contenção de despesas
não obrigatórias de R$15 bilhões.
Esse relatório de julho é de previsão pior do que aquele
publicado em maio, o qual apontava para um déficit primário de R$14,5 bilhões,
sem necessidade de bloqueio de despesas não obrigatórias. A situação piorou devido
às frustrações de receitas e, muitas delas, vieram da interrupção produtiva no
Rio Grande do Sul, devido as chuvas e as enchentes. Queimadas no Pantanal e
inundações na Amazônia também pesaram.
Desde o final do ano passado que o governo federal queria
acabar com a desoneração de 17 segmentos produtivos, existente desde 2011, mas
que teria uma renúncia de receitas neste ano de R$28 bilhões. Argumentam que,
se a desoneração referida tivesse acabado não haveria déficit primário.
Congresso aprovou a dilatação do prazo da desoneração dos 17 segmentos
produtivos, até 2027, mas o Presidente do Executivo vetou. O processo foi ao
Supremo Tribunal Federal e este pontuou que os dois poderes deveriam encontrar
uma solução para substituir a desoneração. Ou seja, uma forma de compensação. Até
agora sem resultado ou anteprojeto para o assunto.
O presidente da República, anteontem, foi perguntado se
poderia haver mais cortes, além dos R$15 bilhões referidos, visto que o mercado
financeiro considerou pequeno este valor. O valor do bloqueio poderia ser o
dobro do valor citado, segundo eles. Existem despesas assumidas e que precisam
ser pagas, como os precatórios ou investimentos. O prejuízo vem na forma de
baixo crescimento econômico e aperto financeiro.
O fato é que o superávit primário é sempre necessário, já que
ele serve para pagar os juros da dívida pública. Sem ele, o governo passa
apertos financeiros, tem que rolar débitos e elevar o estoque da dívida pública,
aos custos financeiros mais elevados.
Comentários
Postar um comentário