ENTENDER A DISPARADA DO DÓLAR
03-07-2024
Desde janeiro que o dólar comercial está em ciclo de alta de preços, a despeito de que o governo federal gostaria de valorizar a moeda brasileira, trazendo dólar para menos de R$4,80. A máxima deste ano teria sido de R$5,70. Mas, anteontem (01) bateu em R$5,73. Ontem (02) flutuou de máximo de R$5,79 e a cotação fechando o dia foi de R$5,70. Como entender a volatilidade dele e como entender que o Banco Central vem tomando prejuízo em operações antigas de swap cambial?
É mais simples entender que o BC vem tendo prejuízo na compra
e venda de dólar comercial, visto que, as suas compras passadas, com prazo
certo de liquidação, e que estão sendo liquidadas, por estes dias, foram com
dólar comercial aos preços mais baixos. Ademais, o BC tem restringido as
operações de swap cambial nos últimos meses, visto que vinha apostando que o
valor do dólar iria baixar, mas, neste ano, ele tem se alterado em várias
cotações, a maioria com tendência de alta
A sequência de alta tem sido uma incógnita de quando vai ter
tendência de baixa. Na atual fase, tem piorado as condições operacionais da
economia brasileira. No início do ano, a mediana das expectativas das
instituições financeiras, consultadas pelo Banco Central era de um dólar
encerrando o ano em R$5,00. Perante a referida sequência maior de altas deste
ano, o mercado financeiro vem subindo sua mediana de previsões para R$5,30, no
final de 2024, projetando para 2025, o valor de R$5,25.
Economistas das instituições financeiras, citadas acima, acreditam
que os juros básicos altos e mantidos já algum tempo no Brasil e, pelas
reuniões seguidas do Federal Reserve, lá, nos Estados Unidos, com juros básicos
na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, com dúvidas de redução da taxa na próxima
reunião, visto manter o controle inflacionário, tem-se atraído cada vez mais
dólares para aplicações financeiras nos centros financeiros americanos. Por seu
turno, a reunião desta semana do BC brasileiro também manteve a taxa básica de
juros, em 10,50% anuais, pela segunda vez. Por que as aplicações financeiras
continuam mais dirigidas para lá? Os economistas, em geral, sintetizam a
resposta como “aversão ao risco” dos investidores.
Ademais, as tensões na América Latina sobre a controvérsia
das eleições na Venezuela, visto que os Estados Unidos reconheceram que a
oposição ganhou de Maduro e há indícios de uma guerra civil, ademais o
recrudescimento do conflito armado no Oriente Médio, com Israel, declarando que
matou o líder do Hamas, além da continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia,
trazem temores e os aplicadores financeiros se refugiam cada vez mais no dólar
americano, tido como bem garantido pelos americanos, segundo economistas
geralmente ouvidos pelo BC.
Comentários
Postar um comentário