MERCADO ENXERGA PIB, SUBINDO 3,0% EM 2024
23-09-2024
A economia política é a teoria. A política econômica é a
prática. Sempre é bom repetir. Desde os ensinamentos de John Maynard Keynes, em
síntese, a política econômica é o conjunto da política monetária, fiscal e cambial,
no curto prazo. No longo prazo é a do desenvolvimento econômico.
O assunto recorrente a quase todos os analistas da economia
brasileira é o Boletim Focus, do Banco Central, que ausculta os economistas de cerca
de 100 das maiores instituições financeiras no País. Aqui se procura um espírito
crítico para as posturas.
Para o PIB enxergam os economistas, através da mediana das
entrevistas, que o PIB deste ano poderá ser de 3,0%. Para os anos seguintes
permaneceu a projeção em 2,0%. No início do ano a visão deles era de um PIB, crescendo
1,6% neste ano. Sem dúvida o cenário ficou diferente porque se esperava uma
política fiscal arrochada e a mesma política fiscal deste ano está sendo a do
ano passado, devido ao fato de que a reforma tributária, aprovada em 2023, não
vai ser regulamentada em 2024. Em 2025 e 2026 provavelmente haverá aumento da
carga tributária e isso afugenta novas inversões.
Quanto à inflação, os economistas citados aumentaram a
mediana de 4,35% para 4,37% em 2024. Para 2025 subiram de 3,95% para 3,97%.
Para 2026 subiram de 3,61% para 3,62%. Eles acreditam no controle da inflação
no patamar de centro da meta de 3,0% mais o viés de alta de 1,5%. A inflação
oficial está em 4,5%, neste limite, por isso o BC elevou a taxa SELIC em 0,25%,
para 10,75% anuais, com vistas ao seu combate, reiniciado o ciclo de alta da
SELIC com prazo certo de fazer a inflação cair, conforme sua previsão.
A SELIC continua turbinada. Os economistas subiram a previsão
deste ano de 11,25% para 11,50%. Para 2025, segue em 10,50%. Para 2026, continua
em 9,50%. Por que isto? Simples assim, existe o déficit primário crescente e
sem tempo para acabar e isto pressiona a tomada de dinheiro do governo central
através de títulos públicos.
Em relação ao dólar, as apostas continuam em encerrar o ano
em R$5,40. Em 2025, prossegue em R$5,35. Para 2026, continuam em R$5,30. Aqui,
estão as maiores frustrações da política econômica. O dólar não cairia para
menos de R$5,00. Mesmo com a entrada de dólares maior do que a saída, no
Brasil, devido ao saldo positivo da balança comercial e as menores taxas de juros
aqui praticadas. Os ativos brasileiros vem sendo desvalorizados há alguns anos.
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