PIB PROJETADO MAIOR, DÍVIDA PÚBLICA ESTIMADA MAIOR AINDA
28-09-2024
Em razão dos dados divulgados pelo IBGE de crescimento de
1,4% no segundo trimestre do ano, os órgãos de estatísticas nacionais elevaram
bastante o incremento do PIB para este ano. No início de 2024, os cerca de 100 analistas
das principais instituições financeiras tinham como mediana o aumento de 1,6%
no PIB. Porém, foram elevando suas projeções até chegar a cerca de 3,0% neste
exercício. Nesta semana, o Banco Central (BC), em seu Relatório Trimestral
sobre Inflação, aumentou sua previsão do PIB de 2,3% para 3,2%. Ou seja, um
incremento para o PIB de 39%. O presidente da República, ontem, disse ter
estimativa de que o PIB irá crescer 3,5% em 2024.
Como o próprio título do citado relatório é principalmente
sobre inflação, nele se contem indicações de que a inflação está acima do
centro da meta de 3,0%, já bem próximo do centro da meta (3,0%), mais o viés de
alta de 1,5%, que seria 4,5%. Nesse ritmo, provavelmente o Banco Central poderá
explicar porque não se cumpriria a meta fixada pelo Conselho Monetário
Nacional, perante o Congresso Nacional.
Não sem motivo, na reunião deste mês, o BC elevou a SELIC,
depois de dois de anos de ciclo de baixa, de 10,50% para 10,75%, sinalizando
que poderá prosseguir com o ciclo de alta nas próximas reuniões, até que a
inflação convirja para o centro da meta citada.
Em relatório divulgado ontem o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), elevou a sua estimativa de inflação de 4,0% para 4,4%,
neste ano.
Uma forte implicação da taxa básica de juros se reflete na
dívida pública bruta, visto que o governo federal vem operando com déficit
público há quase dois anos e a elevação dos juros turbina a referida dívida.
Dessa forma, no início do ano a dívida pública bruta estava
em 73% do PIB. Referido valor reflete um aumento gradual observado nos últimos
anos, impactado por fatores como a pandemia, gastos emergenciais e a
necessidade de ajustes fiscais. Por seu turno, a trajetória da citada dívida
tem sido um tema central nas discussões sobre a sustentabilidade fiscal do
Brasil.
O Instituto Fiscal Independente, órgão que assessora o Senado,
está projetando a dívida pública bruta encerre este ano em 80% do PIB. Um
incremento de aproximadamente 9,6%, enquanto o PIB, conforme exposto no primeiro
parágrafo acima está projetado crescer por volta de 3,0%. Uma desalavancagem
financeira mais de 3 vezes da dívida em relação ao PIB.
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