SEMINÁRIO DA LIDE EM SÃO PAULO SOBRE FORTALECIMENTO DA ECONOMIA
19-09-2024
Fundada em 2003, por João Dória, antes de ele assumir cargos
políticos e chegar a ser governador de São Paulo, agora recolhido as suas
tarefas empresariais, a empresa Líderes Empresariais (LIDE) é uma organização
que reúne empresários e líderes de vários segmentos produtivos, para debater
questões econômicas e de gestão, operando em eventos, seminários e encontros,
trazendo sempre convidados. Não é uma empresa com sócios tradicionais. Organiza
eventos nacionais e internacionais.
Ontem, em videoconferência dela, Ilan Goldfajn, atual
presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e que foi presidente do
Banco Central do Brasil, abordou questões relevantes sobre o futuro da América
Latina e o papel das instituições financeiras. Um dos temas centrais foi o fortalecimento
do crescimento sustentável.
Ilan disse que o PIB da América Latina seria quatro vezes
maior se a região tivesse o mesmo nível de produtividade da Ásia. Claro, ele
deve ter estatísticas que poderiam fazer referidas inferências. Para ele: “A
produtividade cresceu 1,4% nas economias avançadas e 2,3% na Ásia emergente...
O que a gente cresceu de 1,6% (do PIB de 1960 para cá) foi porque acumulou
outros fatores, mas não foi a produtividade”. Ele separou outros fatores do crescimento
do PIB da produtividade. A produtividade
é o incremento do PIB.
Parece que ele se refere ao crescimento anual. Mas, a
declaração precisa de comprovação, visto que se refere ao crescimento de 1,6%,
parecendo média anual, desde 1960. Muitos países asiáticos são emergentes,
chamados de “tigres” asiáticos, crescendo acima de 5% ao ano, mostrando o
denodo com que cresceram e se agigantaram a partir do final do século XX. A
China vem sendo uma gigante, desde 1979, crescendo por volta de 10% anuais, em
média, em muitos longos anos. Há alguns anos é o segundo PIB do mundo e maior
comércio internacional global. Há vaticínio de que, em poucas décadas se
tornará o maior PIB global.
Um exame científico da produtividade teria que ver as séries
estatísticas, supondo-se que não foram expostas, relativas ao crescimento
econômico. Conforme ele, pela primeira vez, o mundo precisa da América Latina
(AL), por alimentos e transição energética. Será que a AL irá aproveitar-se
disso? O fato é que, pelo menos, no Brasil, o agronegócio, sim, enquanto a
indústria tem decaído. O setor terciário (comércio e serviços) pouco tem
acompanhado a produtividade agropecuária. Na verdade, em debate mais amplo, o
País precisa reforçar os investimentos em educação formal, pincipalmente, no
terceiro grau, o grau médio, onde existe o gargalo. No entanto, aa melhorias
tem que ser também nos outros graus. A produtividade só se elevará pela
educação, necessitando do investimento produtivo, que prescinde da educação.
Trata-se de uma função de função. Vale dizer, a composição envolve os dois
lados da equação.
Um dos fatores que enfraquece a economia é o processo
inflacionário. Para combate-la o Banco Central voltou ao ciclo de alta dos
juros básicos da economia. Ontem, elevou a SELIC em 0,25%. Na contramão, o
Federal Reserve dos Estados Unidos reduziu também ontem as suas taxas básicas
em 0,50% ao ano. Vê-se então um movimento de desestímulo ao investimento em
moeda local, mas um estímulo ao investimento estrangeiro em vir para o Brasil.
Movimentos opostos, mas que não alterará a projeção das instituições
financeiras brasileiras que estimam crescimento baixo para os próximos anos,
vez que a política fiscal, ao que tudo indica irá elevar a carga
tributária.
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