FMI FAZ TAMBÉM PROJEÇÕES PREOCUPANTES
24-10-2024
PÁGINA DA CONJUNTURA ECONÔMICA
Em relatório trimestral sobre “Perspectiva do Crescimento Mundial”, divulgado nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as projeções de crescimento econômico para o Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. Porém, cortou para China, Japão e Zona do Euro, visualizando recrudescimento dos riscos de conflitos armados, dois deles, já há bastante tempo, no Oriente Médio, e entre Rússia e Ucrânia. Identificou ainda potenciais de novas guerras comerciais e a “ressaca” de uma política monetária apertada. A visão do horizonte dele aí foi bastante amplo, visto que os países ricos estão reduzindo suas taxas de juros e com uma política monetária afrouxada.
No geral, o FMI manteve a previsão de crescimento médio
mundial de 3,2%, em 2024. Para o Brasil estimou o crescimento, saindo de 2,2%
do seu último relatório para 3,0%, em 2024. No caso, ele reflete as previsões
em curso aqui. Manteve a previsão de crescimento médio mundial, para 2025, em
3,2%, mas para o Brasil reduziu a taxa de crescimento, em volta de 2% e não 3%,
conforme previsto para este ano. No caso do nível de emprego brasileiro, o FMI está
atrasado, com respeito ao País, estimando-o em 7,2%, quando ele já se encontra
em 6,6%. Quanto à inflação brasileira deste ano acredita em 4,3%, semelhante às
estimativas domésticas.
O que têm de mais preocupantes são as expectativas do FMI de
que não antevê equilíbrio fiscal antes de 2027, visto a perspectiva de
continuado déficit primário e crescimento continuado da dívida pública
consolidada. Ademais, continua desconcertante a afirmação do relatório, de que
o Brasil crescerá menos do que a média mundial e do que a média dos países
emergentes. Para estes, o FMI projeta elevação do PIB de 4,2% no grupo e a
mesma taxa para 2025. É visível que o FMI já vem, há algum tempo, calculando
que o Brasil está ficando para trás, entre os países emergentes, embora esteja
em nono lugar entre os PIBs mundiais. A tônica de crescimento maior do PIB está
em relação à Índia e a China, que cresceram e crescem bem mais do que o Brasil,
nos últimos anos.
O FMI alertou aos países que, ao invés de política
protecionistas para as suas indústrias, bem como protegendo trabalhadores
nacionais, muitas vezes não conseguem proporcionam melhoras sustentadas nos
padrões de vida.
É interessante refletir que o FMI, cujo maior cotista é os
Estados Unidos, condenam políticas protecionistas, tal como fez a China e se
tornou gigante potência, enquanto o Mercado Comum Europeu, o Reino Unido e os
Estados Unidos são muito protecionistas. Donald Trump, se reeleito, já avisou
que tomará mais medidas protecionistas. É sempre o caso: “faça o que eu digo,
mas não faça o que eu faço”. Por seu turno, o mercado financeiro esperaria estresse
com o real, no caso da vitória de Donald Trump.
Em postagem no seu blog, o FMI afirmou que: “O crescimento
econômico deve vir de reformas nacionais ambiciosas que impulsionem a
tecnologia e a inovação, melhorem a concorrência e a alocação de recursos,
promovam a integração econômica e estimulem o investimento privado produtivo”.
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