INFLAÇÃO COMO DRAGÃO

 

17-10-2024

PÁGINA DA CONJUNTURA ECONÔMICA

Por definição, a inflação é o aumento geral no nível de preços. Trata-se de medida abstrata, mas que é percebida como um dragão, visto que cospe fogo. Adjetivada de várias formas, sendo as principais: inflação monetária, estrutural, do sistema de preços, de demanda agregada, de custos e inercial.

Movimenta-se por todo o globo terrestre de forma diferenciada, mostrando-se muito semelhante nos países desenvolvidos (América do Norte, Europa e parte da Ásia, geralmente, pouco fugindo do controle), mas bem diversa nos demais países, emergentes e pobres, graduando-se por um dígito, dois dígitos e, por três dígitos, ou mais. Neste terceiro caso, sendo hiperinflação. Exemplos atuais: Venezuela e Argentina. Então, a inflação se revela mais como monetária e os bancos centrais do mundo procuram trazê-la sob controle, via alteração ou não na taxa básica de juros, ou seja, manutenção, redução ou elevação da taxa de juros, visto que ela é variável endógena do sistema econômico, ambas, seguindo no mesmo sentido.   

No Brasil, desde 1999, existe o sistema de metas de inflação à semelhança do adotado pelos países desenvolvidos. Atualmente, a inflação se insinuou, acima de meta e chegando bem perto do centro dela com o teto (com viés), adotando o Banco Central, na sua última reunião, medida de fazê-la convergir para o centro da meta, via ciclo de alta dela, conhecida como taxa SELIC.

No mundo desenvolvido, a trajetória atual, depois de três anos, fez com que os principais bancos centrais, o Federal Reserve e o Banco Central Europeu iniciassem o ciclo de baixa das taxas básicas de juros. A esse respeito, o banco alemão (a Alemanha assumiu o terceiro lugar na economia mundial, superando o Japão), o tradicional Deutsche Bank, com ações negociadas nas bolsas globais, Alemanha e Estados Unidos, antevê riscos de alta da inflação mundial, referindo-se a cinco sinais ou razões da conjuntura mundial, a saber:

1)      Afrouxamento monetário mais rápido do que esperado.

2)      Tensões geopolíticas, elevando os preços das commodities.

3)      Dados econômicos dos Estados Unidos mais fortes do que os esperados. Vale dizer uma economia aquecida.

4)      Pressões persistentes na inflação básica (categorias de bens que costumam puxar o processo inflacionário).

5)      Crescimento da oferta monetária (mais moeda do que produção resulta em mais inflação).

Enfim, o sistema de metas de inflação procura fixar, nos países desenvolvidos, uma inflação anual de 2%. No Brasil, país emergente, a meta é de 3%. A meta seria a convivência pacífica com o processo inflacionário, visto que ele, em taxas reduzidíssimas possibilita o desentesouramento. Isto é, colocar a moeda para circular, para servir ao processo produtivo. No Brasil, o pesquisador de economia, Ignácio Rangel, falecido, em seu livro a Inflação Brasileira colocou isto com maestria.

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