NOTA DE CRÉDITO SOBERANO
05-08-2024
A Moody’s Ratings elevou a nota do Brasil, há poucos dias
atrás, em direção ao Grau de Investimento, faltando somente um patamar para o
País obter a Nota de Crédito Soberano. Nota do Grau de Investimento e Nota de
Crédito Soberano são a mesma coisa. Anteontem, aqui, citou-se as razões pelas
quais está difícil no curto e no médio prazo de o País obter o selo de
qualidade ciado. A perspectiva saiu de estável para “positiva”. A credenciadora,
que é indicador de crédito, é uma das três maiores do mundo.
Consultadas a Standard &
Poor’s e a Fitch Ratings, as duas que se somam à Moody’s para não acreditar em
tal concessão, até em médio prazo, visto que a dívida pública brasileira está
crescendo em velocidade muita alta, não possibilitando que sejam reduzidos o déficit
primário e o déficit nominal do País, hoje por volta de 10% do PIB. Isto, somente acreditam no longo
prazo. A perspectiva das duas continua
sendo de um país ainda sem estabilização da dívida pública.
A percepção do crescimento do PIB em 2024, por volta de 3,0%,
para as agências de risco citadas, está sendo puxada pelo consumo das famílias,
sendo muito pouco pelo investimento das empresas. No modelo econômico fechado,
o PIB é igual ao consumo mais os investimentos. O governo continua gastador e o
vetor externo não puxa muito o incremento do PIB. Não sem motivo, as percepções
para 2025 e 2026 são de taxa de crescimento do PIB por volta de 2,0%,
respectivamente.
A mola do desenvolvimento econômico é o investimento, tanto
em infraestrutura como no setor privado. Estes estão muito tímidos, segundo as
referidas agências de risco.
Ademais, a reforma fiscal não está fácil de ser regulamentada
e está muito confuso saber como incidirão os tributos, que foram agregados, no
chamado Imposto sobre o Valor Agregado (IVA). Em princípio, a equipe econômica
se referiu a que ele estaria próximo de 26% do PIB. Analistas do mercado
financeiro já vem ele em torno de 28%, ad valorem. Pensar que a Conjuração Mineira aconteceu
porque os mineiros se revoltaram por pagar o “quinto” do ouro a Portugal, que
seria de 20%, sem contar que ainda existem outros tributos no País, a questão
se torna revoltante para muitos investidores. Por isso mesmo, fazem pressões no
Congresso Nacional e este não regulamentou ainda a reforma tributária, aprovada
em 2023. Já é praticamente certo que não fará neste ano. Por tudo isto, o País
caiu na incredulidade dos mercados, principalmente, financeiros.
O grau de investimento foi concedido pela primeira vez em
2008 e vigorou até 2014. De 2015 para cá não existe para o País. Ele reflete a
confiança dos capitais internacionais em aportarem ao Brasil, seja como
investimento produtivo, seja como através de financiamentos à produção no País.
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