PERCEPÇÕES ATUAIS DO MERCADO FINANCEIRO
22-10-2024
PÁGINA DA
CONJUNTURA ECONÔMICA
Na consulta semanal que o Banco Central (BC) faz aos cerca de 100 economistas de instituições financeiras, as percepções atuais dos mercados são de que a taxa básica de juros, a SELIC, continuará o ciclo de alta, atingindo 12% anuais, m janeiro e, quando, lentamente, sinaliza o BC que a SELIC voltará a cair, de forma lenta, fechando 2025, praticamente, em novembro, podendo chegar a 11,25% ao ano.
As práticas de política monetária do BC são de enfrentar a
inflação, para mantê-la controlada, via taxa de juros básicos. Entretanto, os
analistas de mercado em referência ampliaram a perspectiva da inflação oficial,
medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de subir.
Segundo as estimativas das medianas do Sistema Expectativas
de Mercado, que serve de base ao relatório Focus, em questão, a inflação
acumulada em quatro trimestres, estimada para o fim do trimestre de 2026, é de
uma taxa de 3,90%, mais o viés de alta de 1,50%, atingiria 4,40%. Nos níveis
atuais, dos últimos doze meses, o IPCA até o final de 2025 está estimado em
4,50%. Portanto, o BC não poderá se descuidar, segundo o mercado, podendo
elevar a SELIC e mantê-la ainda em dois dígitos no longo horizonte.
Sem dúvida, o crescimento econômico poderá ser afetado, para
baixo do nível atual, visto que juros altos, levam a crescimento baixo, sendo
as previsões dos economistas em referência de um PIB subindo 1,93% em 2025, a
mesma expectativa da semana anterior.
As estimativas do dólar comercial até o final do ano subiram
de R$5,40 para R$5,42. Para 2025, a expectativa é de um dólar em R$5,40.
Continuam as esperanças do mercado de um dólar comercial menor do que o
praticado atualmente, de um dólar próximo a R$5,70. Há especuladores que
encaram um dólar comercial já em R$6,00, visto o descontrole dos gastos
públicos e a descrença em uma reforma tributária bem regulamentada, visto que
há cerca de um ano que está sendo debatida no Congresso, podendo implicar em
elevação da carga tributária, como é receio dos mercados.
A definição da ciência econômica como de “recursos escassos
com fins alternativos” é atribuída a Lionel Robbins, em seu livro “Ensaio sobre
a Natureza e Significado da Ciência Econômica”, publicado em 1932. Ele
argumentou que, diante de recursos limitados e necessidades ilimitadas está a
essência da economia.
No Brasil está bem claro que as taxas de juros superiores a
dois dígitos fazem que os recursos fiquem mais na esfera financeira, do que na
esfera produtiva. Logo, a perspectiva de crescimento econômico é baixa. Para o
FMI, o mundo no ano que vem crescerá cerca de 3,1¨%, puxado pelos emergentes,
tais como China e Índia. Por seu turno, o Brasil irá continuar de crescimento
baixo, aumentando a distância entre ricos, emergentes e pobres.
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