ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA
07-11-2024
Uma das maiores preocupações da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo é com a situação de endividamento e inadimplência, pelo que realiza pesquisa mensal de forma continua, intitulada de Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência, isto porque elevados graus delas dificultam as vendas e retardam o progresso. Por outro lado, encarecem as dívidas e seguram as famílias em situação de atrasos em seus débitos. Não seria uma situação, portanto, desejável e que deveria ser prolongada.
De agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa básica de juros, a
taxa SELIC fora a mais alta desta década, de 13,75% ao ano. Por sua vez, a
inadimplência dos consumidores, por atraso no pagamento de dívidas, por mais de
um mês teve o pico no período, de 29,7%, nesta década. No entanto, começou,
naquela oportunidade, na reunião seguinte, o ciclo de baixa, que durou cerca de
um ano, depois, ficando constante em 10,50% por três reuniões do Banco Central,
retornando ao ciclo de alta, em setembro de 2024, havendo a previsão do mercado
financeiro de que poderá voltar aos 13,75%, referido, até o segundo semestre de
2025.
A pesquisa do mês passado mostrou que 29,3% dos consumidores
estavam com dívidas em atraso de 30 dias, ou mais, perante 29,0% de setembro. Já
o percentual das famílias com mais de 90 dias de atrasos atingiu 50,4% do total
dos endividados em outubro deste exercício, o maior número desde fevereiro de
2018. O fato é que a situação vexatória do crédito, tem permanecido em atraso
por longo tempo.
Sem dúvida, é o encarecimento do crédito, que provoca atrasos
tão expressivos. Juros tão altos fazem com que as famílias precisem de mais
tempo para deixarem de ser inadimplentes. No geral, o endividamento está
comprometendo parcelas altas dos orçamentos familiares.
Ontem, de noite, o Banco Central (BC) realizou o segundo
aumento seguido da taxa básica de juros, a SELIC, que se elevou em 0,5%. Isto
já era esperado pelo mercado financeiro, visto que os indicadores da ordem
econômica pioraram, havendo recrudescimento inflacionário, não convergindo para
o centro da meta de 3,0%, e, pelo contrário, já saindo do centro da meta mais o
teto da meta, de 4,5%, além da indefinição de um pacote fiscal, que é urgente,
segundo o comunicado de ontem do BC, mais a apresentação e a execução de
medidas estruturais do orçamento. Ademais, o dólar já vem se valorizando muito,
desde o início do ano e, acelerou, cerca de 5,5%, após a reunião do BC, de
setembro, quando recomeçou o ciclo de alta da SELIC. O BC foi rigoroso, como
tem que ser, se não quiser perder o controle do processo inflacionário.
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