INFLAÇÃO DE OUTUBRO, SEGUNDO O IPEA

 

14-11-2024

PÁGINA DA VISÃO DA CONJUNTURA ECONÔMICA

Convém lembrar que a inflação monetária existe porque é a diferença entre demanda agregada e oferta agregada, sendo a primeira maior do que a segunda, refletindo-se no nível geral de preços do sistema econômico. Se faz bem ou não ao sistema econômico depende do grau. Por exemplo, se for uma inflação muito pequena, abaixo de 2%, ela é benéfica porque evita o entesouramento. Maior do que 2% vai se tornando problemática. De dois dígitos é ruim. Acima de três dígitos é hiperinflação. Em suma, inflação elevada desorganiza o sistema produtivo e deve ser combatida.

No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), criado em 1967, apresenta estudos que tem servido de subsídios para a política econômica. O mais recente é acerca da inflação de outubro, há poucos dias divulgada pelo IBGE. A constatação geral é de que a inflação brasileira se acelerou em outubro, para quase todas as faixas de renda, na comparação com setembro. A exceção foi para a faixa de renda alta.

Dessa forma, na reunião de outubro, o Banco Central estava certo, ao iniciar o ciclo de alta da taxa básica de juros, a SELIC, visto que a inflação anterior a outubro vinha sendo insidiosa e, no mês passado, ultrapassou o centro da meta de 5%, mais o viés do teto de 1,5%, somando 4,5%, já estando a inflação em 12 meses em 4,76%. No mundo capitalista a inflação se combate com aumento da taxa básica de juros.

Para os domicílios de pessoas com rendas muito baixas, segundo o IPEA, a taxa inflacionária avançou de 0,58%, em setembro, para 0,75%, em outubro. Já para as famílias de rendas mais altas passou de 0,33%, em setembro, para 0,27%, em outubro.

No acumulado do ano, janeiro a outubro, a faixa de rendas mais baixas estava em 4,17%. Em 12 meses, alcançando 4,99%, enquanto a faixa de rendas mais altas em dez meses estava em 3,20%. Em 12 meses se encontrava em 4,44%, na mesma faixa.

No relatório do IPEA está consignado que “Embora os grupos de alimentação, bebidas e habitação tenham sido os principais pontos de descompressão inflacionária, para todos os estratos de renda, o impacto da alta vindo destes segmentos foi proporcionalmente mais forte nas classes de rendas mais baixas, dado o maior percentual do gasto com esses bens e serviços nos orçamentos dessas famílias”. 

Não é novidade que as classes de renda mais baixas apanham mais do que as de rendas mais altas, no decorrer do processo inflacionário. O que é novidade é que, a despeito do Banco Central (BC) ter sugerido que o ciclo de alta da taxa básica de juros, a SELIC, poderia se encerrar em 11,75%, no final de 2024, a aceleração inflacionária tem feito com que as instituições financeiras tenham prolongada estimativa do ciclo de alta para até o primeiro semestre, isto porque a inflação deveria convergir para o centro da meta.

A propósito, tem economistas já acreditando que, em dezembro, o BC poderá aumentar a dose de elevação da SELIC, de 0,50% para 0,75%. Outros economistas se referem a que o BC teria que elevar a SELIC para 14% ou 15%, para fazer com que a taxa SELIC convirja para o centro da meta de política monetária.

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