POLICIES MAKERS ESTÃO INDECISOS
12-11-2024
Nos mercados existe um mau humor na conjuntura econômica, visto que o governo federal tem sido voraz nos seus gastos, gerando déficits primários há quase dois anos, o que claramente é inflacionário. Em outras palavras, gastos públicos maiores do que as receitas auferidas, pressionam a demanda agregada, que tem ficado bem maior do que a oferta agregada. Os policies makers (fazedores de política) estão indecisos na solução apresentada, qual seja o corte de gastos, anunciados que fariam há cerca de um mês, mas não fizeram até o momento. A indecisão prejudica as expectativas doa agentes de mercado, de olhos voltados para o futuro.
Quando há déficit primário o governo tem que se endividar,
para gastar. A taxa de juros está em mais de dois dígitos (11,25%), a inflação
em 12 meses, até outubro, situou-se em 4,76%, acima do teto da meta (4,50%) fixado
pelo Conselho Monetário Nacional.
As instituições financeiras consultadas semanalmente pelo
Banco Central têm na sua mediana de inflação uma curva ascendente. A previsão
de mercado da inflação deste ano saltou de 4,39% para 4,50%. Para 2025, também,
subiu de 3,96% para 3,99%. Para a taxa básica de juros do final deste ano ficou
a mesma, em 11,75%. Mas, subiu para 2025, de 11,00% para 11,25%. O dólar
comercial continua em alta, negociado ontem por R$5,80. O PIB deste ano está
projetado em mais de 3,00%. A população economicamente ativa está sendo projetada
em mais de 105 milhões, um recorde do ano. A renda disponível está projetada em
crescer 7%, conforme painel de discussão do Itaú BBA Macro Vision, desta
semana.
Quer dizer, a economia brasileira está aquecida, colhendo
bons resultados neste ano. No entanto, os analistas de mercado estão
preocupados, visto que eles têm uma visão de futuro e os resultados estimados para
o ano que vem não são bons.
Por sua vez, enquanto o corte de gastos não vem, a presidente
do PT, Gleisy Hoffman, assinou um manifesto, conjuntamente, com os partidos de esquerda,
contrários, ao corte de gastos, na dimensão em que vem sendo cogitada pela
equipe econômica. Entretanto, o governo federal tem que ter responsabilidade fiscal,
de acordo com a lei do arcabouço fiscal. O que está se fazendo agora terá um
preço a pagar no futuro, conforme anteveem referidos analistas.
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