REAÇÕES QUANTO AO AUMENTO DA SELIC
08-11-2024
CONJUNTURA ECONÔMICA IMEDIATA
O setor financeiro nada tem a reclamar da elevação da taxa básica de juros, da Selic, visto que as taxas dos seus empréstimos têm a SELIC como referência de patamar mínimo de cobrança de juros. Logo, quanto maior, melhor para a área financeira. Contudo, o setor financeiro tem se cercado de garantias, desde o fundo garantidor de crédito, quanto de alienação fiduciária, hipoteca, aval, fiança individual, fiança de empresa, fiança bancária, depósito de produtos em armazéns gerais, de safras agrícolas, dentre outras garantias. Difícil o sistema financeiro perder, mas há sempre créditos em liquidação e prejuízos do sistema bancário.
Os rentistas também ficaram alegres, visto que a nova SELIC
cobre a inflação e ainda proporciona um ganho real médio superior a 6% ao ano,
depois do imposto de renda, para aquelas aplicações financeiras que o pagam e
são muitas.
O setor produtivo tem tudo para reclamar. Juros altos
encarecem os preços dos produtos e dificultam suas vendas.
O setor governamental se absteve de fazer críticas como
tinham feito desde o início do primeiro mandato do presidente Lula.
Em face da elevação da SELIC, ontem, pelo Banco Central,
somente houve elogios do setor financeiro e de investidores financeiros, mas o setor
produtivo permaneceu inconformado.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) distribuiu nota,
na qual informou que recebeu com indignação a decisão do BC. Conforme a CNI, a
SELIC está em nível excessivo e incompatível.
A decisão irá impor restrições às atividades econômicas, mediante
reflexos negativos no nível de emprego e de renda, além de encarecer as contas
públicas, elevando o nível da dívida do governo federal. A CNI estima que a
taxa SELIC de equilíbrio deveria estar em 8,4% ao ano, considerando a inflação
acumulada em 12 meses. Esta está acima de 4,5% e os juros reais estariam por
volta de 3,9%. Logo, para os rentistas seria uma remuneração baixa.
Por sua vez, a Associação Paulista de Supermercados (APAS)
declarou que o choque nos juros, para cima, que têm acelerado o BC, desestimula
os investimentos produtivos. O que o governo federal deveria fazer logo seria o
pacote de redução dos gastos públicos, que são inflacionários, mas que poderiam
contribuir para a redução da inflação e, consequentemente, o BC voltar ao ciclo
de baixa da taxa básica de juros.
As Centrais Sindicais dos Trabalhadores criticaram veementemente
a elevação da SELIC, visto que isso poderá contribuir para restrições ao nível
de emprego e levar empresas ao processo de recuperação judicial.
Comentários
Postar um comentário