REACONRAGEM DE EXPECTATIVAS
15-11-2024
O titular do Banco Central (BC), juntamente com o do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento compõem o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que se reúne de forma secreta, para decidir a política econômica de curto prazo. No prazo curtíssimo e imediato, o Banco Central tem agido e deve mostrar eficiência.
Tendo em vista a percepção de que a inflação está saindo do
controle, o BC voltou a justificar uma situação de aperto monetário, que se
iniciou na reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) de setembro, com
elevação da SELIC de 0,25%, prosseguiu na reunião de novembro com aumento de
0,50%, sugerindo mais uma alta de 0,50% na próxima reunião de dezembro. No
entanto, o mercado financeiro já precifica 0,75% e continuidade do ciclo de
alta por mais um semestre.
O assunto é tão importante que vem sendo chamado de “reacoragem
das expectativas” de procurar cumprir o sistema de metas do processo
inflacionário, visto que este é fixado pelo CMN. Se não cumprido, o presidente
do BC tem que se explicar perante o Congresso Nacional. O que vale dizer a ser
um “puxão de orelhas”.
Isto por que, segundo o COPOM, estão existindo os gastos
federais excessivos e aumento do endividamento público. Por seu turno, a
indecisão do governo, que há cerca de um mês, referindo-se a que faria o corte
de gastos públicos, vem adiando, argumentando que irá escolher entre gasto
público e gasto das famílias. Isso desestabiliza a política econômica, o valor
do dólar sobe e é acompanhada por mais inflação. No bate cabeça com seus
ministérios, o Ministro da Fazenda declarou que o presidente Lula irá escolher.
O veterano jornalista de economia do jornal Estado de São
Paulo, Rolf Kunt, formado como mestre e doutor em Filosofia pela USP, profissional
desde 1964, assim se referiu no site Estadão, de ontem: “Agravada com a eleição
de Donald Trump, a incerteza sobre a economia global ganhou destaque na
avaliação de riscos do COPOM, O Comitê de Política Monetária do Banco Central
(BC), responsável principal pela defesa da moeda e pelo combate da inflação por
meio dos juros e do crédito. Os desarranjos internos, com pressões
inflacionárias crescentes, proporcionaram, no entanto, a motivação principal
para o novo aumento dos juros básicos, desta vez elevados para 11,25%, com
variação de meio ponto percentual, o dobro daquele adotado em setembro”.
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