SINAIS DE DEBILIDADE E DE PREOCUPAÇÃO
10-11-2024
A economia brasileira enfrenta uma conjuntura pela qual a equipe econômica se debate e não consegue uma solução para o necessário corte de gastos, visando reduzir o enorme déficit primário, tornando-se muito maior do que o previsto no orçamento federal aprovado, que seria de 0,25%, estimado em R$28 bilhões, mas que já atingiu o mega rombo de janeiro a setembro R$105 bilhões (o governo retarda a divulgação do déficit de outubro), não tendo como reagir as receitas esperadas, visto que a lei que regulamenta a reforma tributária ainda não foi aprovada, ficando tudo como “dantes no quartel de Abrantes”. Convém aqui lembrar que o governo federal tinha no final de 2022 um superávit primário de R$52 bilhões. No final de 2023 o déficit primário voltou e alcançou R$230,5 bilhões, representando 2,12% do PIB. O governo Lula ampliou os chamados programas sociais e aumentou a máquina pública, de 23 para 40 ministérios.
A situação em referência se traduz em imensas dificuldades de
gerar superávit primário, visando pagar os juros da dívida e, quiçá, fazer
novos investimentos. Enquanto isto, a dívida pública consolidada cresceria para
valor próximo do PIB estimado, no final do atual mandato, quando este assumiu estava
acima e próxima de 70%. A dívida que tem sido rodada promete juros altos e o
déficit público também estimula o processo inflacionário. Dois demônios que
atormentam a equipe econômica.
A solução apresentada por diferentes analistas financeiros e
de entes do próprio governo central é de que o governo teria que fazer corte
nos gastos. Entretanto, o maior problema é que as despesas obrigatórias no
orçamento público superam 92% dele.
Os entes dos mercados seguem na espera do anúncio do pacote
de medidas fiscais, visando garantir a sustentação do que foi previsto na lei
do arcabouço fiscal. A equipe econômica prometeu anunciá-lo desde início de outubro,
visto o déficit primário crescente e em elevação, mas adiou mais uma vez o seu
anúncio nesta semana.
Mediante divulgação da inflação de 12 meses de 4,76%, com
base em outubro, pelo IBGE, superando o teto da meta de 4,50%, depois do BC de
elevar na reunião de setembro a taxa básica de juros em 0,25%, assim como de
0,50%, agora em novembro, o mercado está precificando que o governo poderia
elevar a SELIC em 0,75%, em dezembro, indo a SELIC para 12% ao ano, ainda neste
exercício, bem como continuando o ciclo de alta até que a inflação convirja
para o centro da meta, objeto de política econômica central..
No cenário externo, a eleição de Donald Trump nos Estados
Unidos revelou ao mercado externo, que ele virá ainda mais protecionista,
elevando o imposto médio de importação da casa de 10% para 20%. No caso chinês,
até maior do que 50%. Por seu turno, o pacote econômico da China, para alterar
o seu rumo descendente das taxas do PIB tem frustrado a economia internacional.
No mais, as duas grandes guerras, aqui já referidas, não tem fim anunciado de
acabar, havendo receio de recrudescimento da inflação mundial e retração do PIB
global.
Outra reação pessimista é que o valor do dólar comercial
fechou na sexta feira em elevada alta, no valor de R$5,75, desvalorizando
ativos brasileiros, encarecendo as importações e frustrando as políticas
econômicas comerciais.
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