VISÃO PROJETADA É DE DOIS ANOS DE DIFICULDADES

 

20-11-2024

De repente, parece que o mercado financeiro acordou, visto que a visão agora projetada é de que os dois próximos anos vão ser mais difíceis para o atual governo, do que os dois anos atuais, a despeito do que muitos estavam dizendo que têm acontecido nos anos de 2023 e 2024 fatores alvissareiros, tal como o crescimento do PIB por volta de 3% ao ano. Entretanto, parece que o legado deles não está sendo mais vistos como bons para 2025 e 2026. O que de repente parece ter mudado? Há três dias que se divulgou os resultados do Boletim Focus, semanal que apresentou por mais de dez vezes consecutivas a maioria das previsões pioradas dos fundamentos da economia brasileira.

Os fundamentos da economia estão sendo prejudicados por inflação em novo ciclo de alta, já projetada para este ano como estourando o teto da meta inflacionária. Os juros básicos da economia em ascensão, estimados para continuar em dois dígitos em pelo menos mais um ano, o que desestimula os projetos de investimentos. O dólar comercial mais caro, a despeito de que a equipe econômica gostaria, bem como existe recente projeção de ficar mais caro, em razão do governo vindouro de Donald Trump ser mais protecionista e isto valoriza os ativos americanos. O governo federal está cada vez mais endividado e com perspectiva de dívida bruta fortemente crescente. Por seu turno, o presidente Lula poderá completar seu terceiro mandato com uma economia desarranjada e isso poderá complicar a vida do seu sucessor, se não for ele mesmo. O crescimento do PIB de 2024 está estimado pelo mercado em 3,1%. Mas, o PIB de 2025 está projetado crescer 1,94%. Para 2026, crescer 2% e para 2027 também 2%. Estes três crescimentos são considerados baixos.

Por sua vez, um grande banco americano, o Morgan Stanley, rebaixou a recomendação do Brasil para underweight, isto é, exposição financeira abaixo da média de mercado, equivalente às posições vendidas, devido as preocupações fiscais. Entretanto, referido banco está projetado um bom ano que vem para a bolsa de valores, projetando fechamento em 146 mil pontos. Porém, em bolsa de valores, grandes bancos e grandes analistas costumam especular com dados que praticamente não se cumprem.  

Em suma, o mais preocupante tem sido o déficit primário, previsto pelo mercado financeiro, para todo o atual mandato (2023-2026). Por seu turno, as despesas obrigatórias do orçamento ultrapassam 92%, tornando muito rígido o espaço para o corte de despesas. Não sem motivo, o governo central reluta em cortar gastos, adiando por mais de um mês o que os mercados estão exigindo, para que a economia brasileira reaja e volte a crescer bem.

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