AVALIAÇÃO DO DÓLAR EM NOVEMBRO

 

01-12-2024

No mês de novembro o dólar comercial subiu 3,8%, fechando em R$6,00, em valores nominais, um recorde histórico, após mais de trinta anos, quando o Plano Real fortaleceu a moeda brasileira. Houve a paridade um por um. Uma elevação altíssima, no mês e em 11 meses do ano, tendo reflexos imediatos, tais como o agravamento da instabilidade econômica e o temor do descontrole fiscal, fazendo inicialmente, aquela moeda disparar. Ademais. Houve desvalorização dos ativos brasileiros, com grande recuo na bolsa de valores em novembro e saída de capitais para países de economias mais estáveis. Em comparativo com outubro a divisa encerrou cotada a R$5,78.

As medidas foram percebidas pelo mercado como insuficientes para estabilizar a dívida pública, sendo fato que o governo federal errou ao anunciar contenção de gastos e isenção fiscal de grande montante. Cresceu o nível de incertezas das contas públicas. Além do mais, ficou claro que a contenção dos gastos deverá ser na segunda metade do atual mandato, que o déficit primário continuaria alto, pressionando a inflação e que a elevação do dólar comercial também agravaria o processo inflacionário.

Quanto maior a percepção do descontrole fiscal, além da inflação muito fora do controle da meta, visto que neste ano houve um aquecimento da economia, estando falando a equipe econômica agora em um PIB crescendo 3,5% em 2024, os reflexos percebidos de que nos próximos anos o investimento estaria se reduzindo, estando os investidores procurando ativos mais seguros e o PIB cresceria por volta de 2%. 

Ficou claro para os especialistas em dívida pública que o pacote de contenção de gastos não contém alterações estruturais do lado das despesas e que não será suficiente para se ter uma dívida pública sustentável.

Em primeira percepção se observou que o governo federal pretende cortar R$70 bilhões de despesas em dois anos e, em um único ano, fazer renúncia fiscal de cerca de R$35 bilhões, que crescerá em anos seguidos.

Ademais, a expectativa de mudança no governo dos Estados Unidos, com Donald Trump, que promete ser mais ainda protecionista, irá valorizar ainda mais o dólar, prejudicando   negócios domésticos e desvalorizando ativos nacionais.

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