COMPOSIÇÃO DOS PAPEIS DA DÍVIDA PÚBLICA

 

22-12-2024

Basicamente, a composição da dívida pública é de títulos do Tesouro Nacional, prefixados e pós-fixados. O título da dívida prefixado, como o próprio nome indica, reflete o ganho em prazo e a taxa de juros determinada. Quando a inflação está em queda, geralmente, esta é a preferência dos aplicadores financeiros. O título da dívida pós-fixado vem com um indicador mais um “dx” de taxa de juros.

Referidos investidores, claramente, estão dando preferência a títulos pós-fixados, atrelados à SELIC e menos aos títulos prefixados. Sinal claro de ansiedade pelo crescente aumento da dívida pública. Os pós-fixados em outubro corresponderam a 45,9% da dívida bruta. Uma elevação de 7,7% em Relação a dezembro de 2022, que correspondiam a 38,2%. A participação dos papéis prefixados caiu de 30,2% para 27,3% no mesmo período, conforme relatório mensal da dívida pública do Tesouro Nacional.

A razão da mudança do perfil da dívida se deve ao fato de um governo Lula ter optado por ser gastador, que vem operando com déficit primário há dois anos. Diferentemente, dos seus dois mandatos de 2003 a 2010, quando existiram superávits primários consecutivos. O déficit é dirigido para financiamento via endividamento. Por seu turno, na medida em que a dívida pública cresce, aumenta a ansiedade dos aplicadores financeiros e estes estão indo mais para aplicações pós-fixadas e compras de dólares.

Ao atingir, na semana passada, R$6,30, o dólar mostrou neste 2024, 30% de valorização perante o real. A alta do dólar está no mundo globalizado e mais forte no País. Ela pressiona os preços principalmente das commodities e leva à maior inflação global. Por exemplo, a inflação americana está recrudescendo e atingiu 2,4%, em novembro, anualizada.

Para que o dólar não continue tão elevado, isso é, para reduzir a demanda por dólares no mercado doméstico, nos últimos dias o Banco Central (BC) vendeu mais de R$27 bilhões, bem como para fazer a inflação retroceder, desde setembro que o BC retornou ao ciclo de alta e crescente da SELIC. Agora em dezembro, o BC elevou a taxa SELIC em 1,0% e prometeu mais duas altas iguais de 1,0%, nas próximas duas reuniões.

Cada elevação de 1% na taxa básica de juros, a SELIC, a dívida pública brasileira se eleva em R$50 bilhões, imediatamente. Na já anunciada elevação da SELIC, a dívida saltará R$150 bilhões. Isto, em quatro meses, é mais do que o dobro do pacote de cortes de gastos aprovado recentemente, de cerca aproximadamente R$68,2 bilhões, para exercícios de 2025 e 2026.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

HOJE DEFINIÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS

PROJETO DE TARIFAS ALFANDEGÁRIAS RECÍPROCAS

TIRO SAIU PELA CULATRA