SAÍDA MAIOR DE CAPITAIS DO BRASIL

 

27-12-2024

A rede americana CNN tem observado uma saída em bloco de investimentos do Brasil, em direção aos Estados Unidos, por, pelo menos, dois motivos: a desvalorização do real pelos temores fiscais do País e o fortalecimento do dólar americano com o retorno de Donald Trump para a Casa Branca. Segundo especialistas a movimentação veio para ficar.

Dados da corretora americana Avenue, que tem o Banco Itaú como sócio, o volume cresceu pelo menos 20% neste dezembro, em relação a novembro. Tradicionalmente, o último mês do ano, em razão dos festejos natalinos, os movimentos de saída de capitais são fracos. Ao encerrar o mês, os dirigentes calculam que a movimentação será de 25%.

Foi detectado que os investidores brasileiros estão saindo com receio de alguma medida com respeito à contenção dos juros ou alteração fiscal nos seus portfólios. Há uma mudança no perfil dos aplicadores financeiros brasileiros, no exterior, havendo adesão de mais conservadores.

Do dinheiro que está saindo de brasileiros para os Estados Unidos, a referida corretora observou que há procura de mais segurança e 80% dos investidores estão aplicando recursos em papéis superconservadores, vale dizer, em papeis de renda fixa de curto prazo. Os títulos americanos aplicados são do tipo bonds (títulos das dívidas das empresas de lá) ou treasuries (títulos do Tesouro dos Estados Unidos, como são chamados). Referidos papéis têm seus rendimentos pressionados para cima, na esperança de Donald Trump cumprir o que está prometendo, uma moeda valorizada para uma economia forte.

Nas estatísticas do Banco Central, o saldo de aplicadores financeiros em ativos no exterior, superava US$10,6 bilhões, no acumulado do ano até novembro, sendo mais do que o dobro do realizado no ano passado, que foi de US$4,5 bilhões. As estatísticas do BC, sobre a saída de capitais, iniciada formalmente em 1995, mostrou recorde em 2011, quando saíram US$15,4 bilhões.

Mesmo, ontem, tendo o Banco Central vendido, das reservas internacionais, mais US$3 bilhões, totalizando, em duas semanas, cerca de U$30 bilhões, o dólar não cedeu, pelo contrário, aumentou um pouco e fechou em R$6,184 para compra; R$6,184 para venda. O dólar comercial, R$6,228 para compra; R$6,408 para venda. Isto reforçou a ideia de que há muitas preocupações sore a sustentabilidade da dívida pública global.

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