UM RETRATO DA BOLSA NA CONJUNTURA
17-12-2024
Existe uma regra muito clara em qualquer sistema econômico, se a taxa de juros é alta, por exemplo, acima de dois dígitos, há um desestímulo para o capitalista investir e este pode preferir repousar seus recursos no mercado financeiro, em detrimento dos investimentos produtivos e das aplicações em ações no mercado de capitais.
Desde início do ano que o mercado dos juros básicos, a taxa
SELIC, está acima de dois dígitos, prosseguindo, no início do ano, o ciclo de
baixa, até meados de 2024. Porém, estancou por aí e em setembro reiniciou o
ciclo de alta da taxa básica de juros e que assim tende a permanecer em 2025.
Circunstâncias da economia doméstica levaram ao recrudescimento inflacionário,
devido ao persistente déficit primário e elevação desde início do ano do valor
do dólar comercial.
Um dos resultados está nas perdas de valores dos ativos na
bolsa brasileira, em um ano difícil para os negócios, pressionada pelo cenário
fiscal de riscos crescentes no mercado doméstico, além do cenário internacional
de incertezas, principalmente com a reeleição do novo presidente americano,
Donald Trump. Ademais, a inflação recrudesceu e o Banco Central reiniciou o
referido ciclo de alta da taxa SELIC.
Assim, até 12 de dezembro a bolsa brasileira já tinha recuado
6%. Quando a perda é calculada em dólares, o resultado é maior, com o principal
índice da bolsa de valores recuando 23,45%, no mesmo período.
Neste ano, o dólar comercial se valorizou 22,71%, tornando
difícil atrair capitais para o regime de bolsa de valores. Dessa forma,
associaram-se também a dívida pública bruta que cresceu enormemente em razão da
persistência do déficit primário e da rolagem dos juros da dívida no mercado
financeiro.
O investidor estrangeiro cauteloso, mesmo de valor menor
aplicado, em relação ao total, mas, ele tem influência enorme no mercado de
capitais, visto que seu perfil é mais de investidor do que de especulador.
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