RELATÓRIO CONTRADITÓRIO DA POLÍTICA ECONÔMICA
14-02-2025
Por reiteradas vezes a equipe econômica do governo federal tem
afirmado que a política monetária é a primeira linha do seu trabalho, qual seja
a de perseguir o que o Conselho Monetário Nacional determinou que o Banco Central,
nesse e no próximo ano, faça a economia permanecer dentro do centro da meta
inflacionária, que é de 3,00%, tolerando-se uma variação para mais ou para
menos de 1,50%. Vale dizer que, o teto inflacionário tolerado seria de 4,50%. A
inflação do ano passado foi de 4,83% e, a deste ano, já está em 12 meses
próximo de 5,00%. O Banco Central terá que se justificar perante o Congresso
Nacional, provavelmente, de forma repetida, por que não se atingiu o objetivo
colimado, até o ultrapassou.
A inflação monetária é figurativamente um dragão. Quando
infantil, por exemplo até 2% ao ano, no caso dos Estados Unidos da América e dos
países europeus, Japão, dentre outros, é benéfica, visto que evita o entesouramento
(guardar dinheiro em casa e este não circular, que é prejudicial à atividade econômica),
conforme Ignácio Rangel, em seu livro, “Inflação Brasileira”. Porém, vai crescendo,
vai prejudicando os bons resultados, trazendo a carestia para a população e, no
limite (chamada de hiperinflação), desorganiza todo o sistema econômico,
provocando um caos.
O mais recente relatório do Ministério da Fazenda, prevê mais
inflação e menos crescimento econômico, em contradições com a meta
inflacionária e com o propósito de bom crescimento econômico. O seu boletim, da
Secretaria de Política Econômica (SPE), divulgado ontem, afirma que a inflação
fechará 2025 em 4,60%, acima do teto da meta de 4,50%, quando sua previsão do
relatório anterior fora de inflação de 3,60%, bem como há o ritmo aquecido da
atividade econômica e a depreciação cambial. Mas, a previsão de incremento do
PIB deste ano foi reduzida de 2,50% para 2,30%. Inflação subindo e PIB caindo
mostra o fracasso da política econômica, que, traz também consigo a política
cambial e a política fiscal, tríade que deveria estar harmônica, no dizer de
John Maynard Keynes.
Segundo o citado relatório da SPE: “Atividades cíclicas, mais
dependentes da dinâmica do crédito e da massa de rendimentos e transferências,
tendem a ser especialmente afetadas pelo aumento dos juros e menores estímulos
fiscais. Atividades não-cíclicas, como a produção agropecuária e extrativa
devem crescer em ritmo expressivo em 2025. A expansão dessas atividades não só
deve garantir que o crescimento se distancie muito do potencial, como também
tendem a exercer um efeito desinflacionário devido `maior oferta de produtos”.
Ou seja, muito economês para demonstrar que a política
econômica atual está dentro de gargalos ou limites dificilmente suportáveis.
Visivelmente, os institutos de pesquisa most4ram que a popularidade do
presidente da República vem caindo neste seu terceiro mandato, ao contrário ao
que quando deixou o segundo mandato (2010), a sua popularidade atingiu um auge,
dificilmente alcançado na história brasileira.
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