BREVE EXAME DO PIB

 

09-03-2025


Como sempre, desde 1996, pelo menos, que o IBGE divulga a coleta de dados, de forma tardia, somente no início de março, para montagem da matriz de insumo-produto, trazendo as três óticas da geração de riqueza, quais sejam a composição do PIB, que é a oferta agregada, pelos quatro segmentos, primário, secundário, terciário e importações; a formação da demanda agregada, pelos também quatro setores, famílias, empresas (investimentos), gastos do governo e exportações; a utilização intermediária de insumos, a qual é deduzida, da utilização final, ou seja, da produção bruta para se tornar o Produto Interno Bruto (PIB). Referidas estatísticas poderão ter ainda três revisões do IBGE, visto ser um elevado montante de informações que foram obtidas pela coleta de dados. Mesmo assim, são dados subestimados, visto que não incluiu a informalidade, nem a marginalidade, aqui entendida como informações mantidas à margem das estatísticas.

Sendo o PIB o escolhido como o maior termômetro da atividade econômica, seu exame mostra o desempenho em um ano e permite, após a apresentação das estatísticas de quatro trimestres do ano passado, bem como permite fazer previsões.

O PIB anual divulgado anteontem cresceu em 2024 cerca de 3,4%. Um bom crescimento. Mas, mostrando um arrefecimento do crescimento em 2025, na composição dos quatro trimestres, que vem com taxas decrescentes, conforme análises de vários economistas espalhados pelo País, mas com concentração em São Paulo. Já para este ano, o PIB estimado pelas instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo Banco Central, tem um PIB previsto, crescendo baixo, por volta de 2,1%. Ademais, para 2027 e 2028 a estimativa pelos economistas dos referidos bancos caiu para menos de 2% ao ano.

Em síntese, o PIB divulgado para o quarto trimestre de 2024 foi de 0,2%, ainda que positivo, alcançando o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996, representando a 14ª taxa positiva seguida em um semestre. O interessante é ver que o ciclo do PIB trimestral dos 14 trimestres veio se elevando até atingir o pico mais recente, de 3,4%. No entanto, a tendência é de apresentar-se como uma faixa de ciclo econômico em queda e a equipe econômica se esforça e se esforçará para que ele não caia tanto, atingindo uma recessão técnica, que seria de dois trimestres seguidos, tampouco de uma recessão prolongada, visto que as taxas básicas de juros tem sido muito altas e isto desencoraja os investimentos, que são os motores multiplicadores e aceleradores do crescimento. A propósito, a última recessão foi de 11 trimestres seguidos, do segundo trimestre de 2014 até o último trimestre de 2016.

O governo federal acredita em uma taxa maior para este ano, do que os 2,1%, alegando que a safra agrícola de 2024/2025, cuja colheita ocorrerá no primeiro semestre de 2025, virá robusta, diferente da do ano de 2024, quando frustrações das estimativas de uma boa safra agrícola.

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