DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA CONFIRMADA
20-03-2025
O desempenho econômico pode ser
apreciado nos sinais que as estatísticas e os relatórios recentemente
produzidos sobre a economia brasileira estão confirmando uma desaceleração do
nível de atividade econômica. Os economistas, de há muito tempo, fazem análises
conjunturais, desde que houve o primeiro choque do pet4óleo, em setembro de
1973, que os países, de uma maneira em geral, abandonaram as análises
estruturalistas, isto é, os exames e as previsões de longo prazo, consistentes
com o desenvolvimento econômico ansiado.
No último trimestre de 2024 a
economia brasileira cresceu 0,2%, segundo o IBGE. Um incremento pífio, perante
o agregado de quatro trimestre, que somou 3,4% em 2024. A prévia do Banco
Central, chamado de Índice do Banco Central (IBC-Br), mensal, em divulgar o
crescimento do País no mês de janeiro, perante grande decremento do mês de
dezembro, captado pelo Banco Central, revelou uma tendência decrescente de
incremento do PIB para 2025, mas ainda previsto como positivo. O mercado
financeiro tem nesta semana a mediana recuando de 1,9% para 1,8%. Outro órgão
que calcula a prévia do PIB, chamado de Monitor do PIB, a Fundação Getúlio
Vargas, apresentou um crescimento pequeno, cerca de 0,3% do PIB, em janeiro, em
relação a dezembro. Ontem, na sua previsão bimestral, o Ministério da Fazenda
recuou na sua previsão de 2,5% para 2,3% de crescimento do PIB deste ano. Em
síntese, a desaceleração está em curso, conforme demonstra referidos órgãos,
explicando que isto ocorre, em síntese, pelas altas taxas de juros praticadas no Brasil e pela guerra
comercial de Donald Trump, impondo tarifas às exportações brasileiras, estas
que poderão se retrair, levando também efeitos negativos para a formação da
demanda agregada, que é o lado produtivo, em expressão do PIB.
Na segunda reunião do Comitê de Política Monetária do Banco
Central (BC) deste ano, houve a segunda elevação da taxa básica de juros, a
SELIC, de mais 1%. Foi a terceira elevação de 1%, desde quando a taxa SELIC
estava estacionada em meados de 2024.
O comunicado do citado Comitê foi de que haverá ainda mais
uma elevação da SELIC, na reunião de maio. Mas, menor do que 1%. Quanto às
demais reuniões do ano, o BC não teceu comentários. Convém lembrar que o
mercado financeiro, consultado semanalmente pelo BC, tem a mediana projetada da
SELIC em 15%, no final de 2025.
Ao justificar-se, o BC citou a continuidade do cenário
adverso para a convergência da inflação ao centro da meta, além da defasagem da
alta de juros na economia brasileira.
Relembre-se aqui que, os atuais 14,25% se reporta a meados da
recessão de 11 trimestres do segundo trimestre de 2014 até o último trimestre
de 2016. Exatamente, a partir de julho de 2015, que se situou até outubro de
2016.
O BC foi bem claro na elevação da SELIC, em atitude
contracionista da atividade econômica do País. Isto porque ele vê a demanda
agregada aquecida, forçando a aumento da pressão inflacionária e de pressões do
mercado de trabalho. Em resumo, acredita o BC que a economia vinha trabalhando
acima do seu PIB potencial, o que provoca o hiato inflacionário, e deveria
ajustar-se neste ano, via continuidade de elevação da SELIC.
Relembre-se aqui, que o propósito é de escrever uma lauda,
para debate em sala de aula, diariamente.
Comentários
Postar um comentário