PREVISÃO DE HENRIQUE MEIRELLES DE O PAÍS “AFUNDAR”

 

10-03-2025


Henrique Meirelles se apresentou como um homem das finanças, desde o final do século XX, tendo sido também presidente mundial do Banco de Boston, quando foi chamado para ser presidente do Banco Central no governo de Lula, no primeiro e no segundo mandato, de 01 de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2010. De início de 2011 a meados de 2016, retornou à inciativa privada.  Depois, foi Ministro da Fazenda do governo de Michel Temer, de 12 de maio de 2016 a 6 de abril de 2018. Voltou à iniciativa privada. Em seguida, em menos de um ano, foi convidado para ser Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, de 1º de janeiro de 2019 a 15 de agosto de 2020. Criou respeitabilidade por ter participado da equipe econômica do governo tendo sido muito mais como técnico por onde passou, muito embora tenha sido eleito Deputado Federal, em 2002, mas não exerceu o cargo, visto que fora convidado para ser presidente do Banco Central em dois mandatos completos, com o presidente Lula.

Em entrevista exclusiva à revista Isto é, em uma síntese geral, ele afirmou que o aumento de gastos do governo federal pode fazer o País “afundar” em alguns anos. Nos dois primeiros mandatos de Lula, a equipe econômica operou com superávit primário de 8 anos seguidos (de 2003 a 2010). No atual terceiro mandato (2023 a 2026), o governo de Lula já registrou déficit primário nos dois anos (2023/2024). Para o terceiro e o quarto ano (2025/2026) não há previsões de que volte a superávit primário pelo mercado financeiro, mas somente estimativa da possibilidade pelo governo.

Meirelles, que é engenheiro da área financeira, informou que não há chances de crise no curto prazo, mas alertou que há necessidade de controlar a dívida pública imediatamente. Entretanto, prevê que os reflexos da dívida pública ocorrerão a partir de 2027, findado o governo atual e iniciado novo governo.

Ele declarou à citada revista: “A crise pode haver em um prazo mais longo, de alguns anos, se continuar o padrão de gastos e expansão fiscal neste governo e no próximo. Poderemos ter uma dívida pública subindo a um nível que não se torne sustentável. A partir de 2027 ou 2028, o País poderá enfrentar um problema maior”.

Como a inflação monetária tem também nos gastos públicos alavancados como fonte de pressões, ele constatou que a inflação brasileira está longe do centro da meta de 3,0%, mais o viés de alta de 1,5%, sendo tolerado pelo Conselho Monetário Nacional, os 4,5%, mas, tendo fechado 2025 em 4,83%. Toda vez que ultrapassar o referido teto o presidente do Banco Central tem que explicar-se perante o Congresso Nacional.

 Por sua vez, o mercado financeiro acredita que encerre este ano em 5,65%, um estouro bastante expressivo e causando apreensão no governo federal. Não é sem motivo, que nos últimos meses tem caído bastante a popularidade do governo de Lula e este tem procurado sair dessa situação vexatória. Porém, não cortando mais a explosão de gastos, acreditando que reduzindo para zero as alíquotas de tributos para cerca de nove produtos alimentícios, alcançará a retração da inflação, convergindo-o para o centro da meta. Entretanto, itens bem mais importantes da cesta de preços ao consumidor, tiveram alíquotas elevadas, para combustíveis, lubrificantes, energia elétrica, dentre outros, que são insumos de quase todos bens e serviços da economia. Isto também contribui para elevar a inflação e o resultado se verá nos próximos meses.   

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